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Channel: JOSÉ ROSÁRIO
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ARRANJOS FLORAIS

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Três artistas do século XIX em
três demonstrações de florais
bem tradicionais para aquela época.
Artistas franceses que ainda carregavam
uma maneira de fazer que remonta
ao século XVIII, mas que já se
abriam a uma visão mais solta e
composições mais despojadas.

EMILE VERNAY

EMILE VERNAY - Buquê de flores - Óleo sobre tela - 61 x 46

                   


                   


HENRIETTE DE LONGCHAMP

HENRIETTE DE LONGCHAMP - Composição com rosas - Óleo sobre tela - 67 x 47,5

 
 


EUGÈNE HENRY CAUCHOIS

EUGÈNE HENRY CAUCHOIS - Rosas e partituras - Óleo sobre tela - 65 x 92

             



LUIZ VILELA

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Dentre as muitas virtudes da arte, nenhuma me parece mais nobre que a universalização do indivíduo que a promove: o artista, seja ele de qualquer área. Essa linguagem sem pátria, pode tanto levar os artistas desse país quanto receber vários outros de outras nações. Há uma espécie de democracia nata para aqueles que praticam a arte na sua mais verdadeira essência, e é nesses momentos que percebemos que fronteiras são nada mais que algumas linhas criadas num mapa. A arte em seu estado mais puro não conhece esses limites.
Felizmente, a internet tem tornado essas fronteiras e distâncias entre povos ainda mais inexistentes. Foi através dela que vim a conhecer os trabalhos de um brasileiro, radicado há décadas nos Estados Unidos. Em uma entrevista muito agradável, ele vem nos mostrar o que se tornou o seu “novo mundo”, e como a arte foi um fator determinante para a sua inserção nele.

LUIZ VILELA - Fishing in Milford - Óleo sobre tela

José Rosário - Onde nasceu e quando? 
Luiz Vilela - Eu nasci em Boa Esperança, sul de Minas Gerais, em 1965.

José Rosário - Vi que começou pela Arquitetura, ainda tem alguma ligação com essa atividade? Trabalha exclusivamente com arte? Fale-nos um pouco sobre o começo com as artes:
Luiz Vilela: Eu me mudei para o Rio de Janeiro onde eu estudei Arquitetura e Urbanismo na FAU/UFRJ. Quando morava no Rio, trabalhei com Arquitetura, mas não me aprofundei muito no mercado, trabalhei mais fazendo perspectivas e “renderings” das fachadas dos projetos, e também com projetos de lojas e vitrines. O curso de Arquitetura me deu régua e compasso, foi muito bom para desenvolver a visão espacial, aprender geometria e perspectiva e história da arte. Ao mesmo tempo, eu frequentei o Parque Lage, fiz aulas com Roberto Magalhães e outros artistas. Ainda na faculdade comecei a ilustrar livros infantis para editoras brasileiras. Resolvi mudar para os EUA a partir de conselhos dos meus professores e tive minha aplicação aceita pelo Pratt Institute em Nova York para fazer curso de ilustração comercial. Cheguei em Nova York no verão de 1995 e logo após o término do curso, em 1997, eu fui contratado pelo departamento de arte da editora Golden Books para fazer design de livros - e ilustrações também: o fato de eu saber desenhar e pintar contribuiu para o sucesso na carreira. A maioria dos designers não têm este tipo de habilidade. Mesmo trabalhando com design gráfico eu nunca deixei de pintar e desenhar. No curso do Pratt eu aprendi muito sobre técnicas de pintura, desenho, aquarela e etc, o programa é muito rico e intenso... E o fato de morar numa cidade como Nova York é uma experiência sensacional, posso dizer que é um privilégio poder usufruir de todas as ofertas culturais que a cidade oferece. Eu frequentei (e ainda frequento) os museus para estudar os trabalhos dos mestres e copiá-los, assistir às palestras, aos espetáculos de óperas e balés do Lincoln Center e o BAM, por exemplo. Acho que tudo isto contribui para a bagagem cultural do ser humano e consequentemente reflete na forma de expressão do artista. Uma das grandes oportunidades que tive foi o fato de o prédio em Manhattan onde eu trabalhava ficar em frente ao prédio da The Arts Students League of New York (www.theartstudentsleague.org ) que é a escola de arte mais tradicional da cidade. Eu fiz aulas de modelo vivo com o pintor Ronald Sherr à noite, depois do expediente de trabalho. Mais tarde, a Golden Books foi adquirida pela Random House que hoje é o maior conglomerado de editoras que existe. Eu trabalhei como design gráfico de livros infantis durante 15 anos, até Outubro de 2012, quando saí para dedicar meu tempo exclusivamente à minha arte.

LUIZ VILELA - The boathouse - Óleo sobre tela

José Rosário - Há tanto tempo no mercado norte-americano, como vê a aceitação do artista estrangeiro por aí?
Luiz Vilela:  Eu costumo dizer que há lugar para todo mundo na América. Talvez pelo fato de eu estar aqui há muito tempo e ter entrado no mercado de arte relativamente como um nativo americano qualquer, eu não senti nenhum estranhamento pelo fato de eu ser estrangeiro. Quero dizer, eu sou inspirado pela paisagem americana do lugar onde moro e o meu trabalho retrata esta paisagem e arredores, portanto a reação ao meu trabalho no mercado de arte americano é normal. De vez em quando me perguntam de onde sou por causa do nome e do modo de falar. Eu conheço artistas de vários lugares do mundo que mostram o trabalho deles aqui, em competições internacionais e a reação é natural - eu acho que se o artista desenvolve um trabalho bem feito e sincero as barreiras culturais desaparecem. 

LUIZ VILELA - Fur-portrait of Donald Becker - Óleo sobre tela

José Rosário - Há no Brasil uma espécie de valorização excessiva das artes de vanguarda, por parte das instituições e galerias. Mesmo que demonstre uma luz no fim do túnel de que as coisas venham a melhorar um dia, a arte realista tem passado maus momentos por aqui. Qual é a realidade do mercado norte-americano nesse sentido?
Luiz Vilela: A mesma coisa acontece aqui nos Estados Unidos. E no mundo todo. Mas acredito que isto está começando a mudar. Com raízes no Renascimento, durante mais de quinhentos anos, os mestres artistas transmitiram um sistema de conhecimento para seus alunos. O impacto da nova forma democrática de pensar do Iluminismo em conjunto com uma formação clássica incomparável, acionou o maior período de criatividade que as belas artes já tinha visto. Mais tarde os impressionistas pariram a chamada arte moderna que mudou para tudo o que é chamado de arte hoje em dia. Muitos acreditavam que a pintura realista foi substituída pela fotografia. (De uma certa maneira, foi mesmo, no caso da área de propaganda e marketing, os trabalhos de arte e pintura foram substituídos pela fotografia no final do século XX.) Depois disseram que a própria ARTE havia morrido. A arte tornou-se “arte sobre a arte” e não arte sobre a vida. Atualmente existe uma contínua marginalização da arte realista, portanto, da pintura acadêmica pelo estabelecimento, o que me faz acreditar que a arte realista hoje em dia é a arte de vanguarda atual, quer dizer, o círculo da evolução da arte como a gente a conhecia se fechou e o processo está começando de novo. Hoje existe uma revolução artística -um novo renascimento- que ainda está à margem do mercado. Existe uma procura pela arte clássica dos ateliers franceses do final do século XIX novamente. Dos anos 50 até recentemente, se um alguém se matriculasse numa escola de arte, o que esta pessoa iria aprender? A estética da hora era fazer arte abstrata, expressionista, e os desdobramentos destas correntes. Como é que você “ensina” a fazer arte abstrata? Qual é a estética da arte abstrata e contemporânea? O artista faz o que quiser manejando tintas e pincéis. E fortunas são feitas a partir deste jeito “rápido” e rebelde de se fazer arte. Já para fazer a arte acadêmica/figurativa o artista precisa de treino, pois os artistas autodidatas que são realmente bons no que fazem, eles são raros... Hoje em dia, existe muita gente querendo aprender as técnicas da pintura realista como era ensinada e praticada nos ateliers franceses de pintura acadêmica no final do século XIX, com ênfase em desenho tradicional com modelo vivo, pintura e escultura. O processo de aprendizado começa com os estudantes desenhando e passando à pintura na medida em que sua habilidade progride. Academias e ateliers de arte estão “pipocando” por todo a America e na Europa também. Antes dessa “nova onda” era difícil encontrar escolas de arte de ensino acadêmico, do tipo da The Art Student League, em Manhattan. Como exemplos destes novos estabelecimentos, dentre outros, eu sito principalmente: 
- Studio Incamminati na Filadélfia (fundado em 2002 pelo artista Nelson Shanks) http://www.studioincamminati.org/ 
- Water Street Atelier, mais tarde chamado Grand Central Academy, em Nova York (fundado por Jacob Collins)http://www.grandcentralacademy.org/ 
- Florence Academy of Art em Florença (fundada em 1991 por Michael Graves) http://www.florenceacademyofart.com/index.php 
- Angel Academy of Art em Florença (fundada por Michael John Angel que estudou com Pietro Annigoni)http://www.angelartschool.com/ 
Existem grupos de pintores também como os The Putney Painters influenciados pelo artista Richard Schmid (http://www.villageartsofputney.com/The_Putney_Painters.html ); e pintores como David Leffel, Daniel Greene e Burt Silverman, dentre outros, que desenvolvem um trabalho magnífico de pintura realista e influenciam a nova geração interessada nesta nova corrente. Da turma mais nova eu cito os pintores Jeremy Lipking, Daniel James Keys, Daniel Sprick, Scott Burdick, só para mencionar alguns deles. São muitos.

LUIZ VILELA - Waiting for you- Óleo sobre tela

José Rosário - Realmente são artistas tidos como referências no cenário realista atual. Quanto à arte brasileira, existe alguma ligação sua com outros artistas brasileiros radicados por aí?
Luiz Vilela: Não conheço pessoalmente nenhum pintor brasileiro radicado nos EUA. Conheço fotógrafos e jornalistas. O Facebook tem facilitado este tipo de “network” ultimamente. Através dele, fico em contato com muitos artistas brasileiros, inclusive Andre Nobrega que vive na Califórnia. Conheci a artista brasileira Juliana Limeira, de Brasília, na conferência de arte da Portrait Society of America (www.portraitsociety.org ). Estas conferências são um ótimo meio para conhecer outros artistas. 

LUIZ VILELA - On the river - Óleo sobre tela

José Rosário - Existe algum grupo ou movimento do qual você participa?
Luiz Vilela: Além ser membro da Portrait Society of America, faço parte do Artsbridge Group na minha região, atualmente com mais de 300 membros artistas - este grupo promove exposições, divulga o trabalho dos artistas e contribui para a troca de informações e contato entre eles. 
Na região onde moro, que fica às margens do rio Delaware, rio este que divide os estados de Nova Jersey e Pensilvânia, existem mais de 1000 artistas praticando todos os estilos e técnicas - escultores, pintores, fotógrafos, artesanato, música, e letras. Além de galerias de arte e antiquários, existe um museu maravilhoso chamado Michener Museum (www.michenermuseum.org ), na cidade Doylestown no estado da Pensilvânia. A região de Bucks County, PA, é conhecida como reduto de artistas por muitos anos e pintores americanos influenciados pelo Impressionismo europeu vieram morar aqui, entre eles, Edward Redfield, Daniel Garber e William Lathrop. Escritores como James A. Michener, Dorothy Parker e Pearl S. Buck moraram na região, assim como os músicos Oscar Hammerstein, II, Stephen Sondheim e Charlie Parker. Quando eu morava em Nova York, amigos me aconselhavam a visitar esta área, o que fiz no final do ano 2000. E fiquei encantado com o que vi, tanto que mais tarde eu me mudei para cá.
No caso da Portrait Society of America  (PSOA) seu propósito é promover e melhorar a compreensão das práticas, técnicas e aplicações da arte tradicional de retratos e obras figurativas, principalmente. As atividades desenvolvidas pela corporação são educativas por natureza. Seus projetos aumentam o conhecimento técnico e estético dos artista praticantes, do amador aspirante, dos estudantes de arte assim como do público em geral. A conferência acontece no final do mês de abril, a cada ano em uma cidade diferente. Em 2013 será em Atlanta e é preciso ser membro da sociedade para poder atender ao evento, mas vem gente do mundo todo.

LUIZ VILELA - The Chef-portrait of Jim Hamilton- Óleo sobre tela

José Rosário - Há alguma galeria específica que o represente por aí?
Luiz Vilela: Eu trabalhei com várias galerias de arte, e recentemente era representado pela desChamps Gallery em Lambertville, mas infelizmente a diretora faleceu e a galeria fechou. No momento eu estou avaliando convites para participar em outras galerias mas ainda não defini com qual deverei trabalhar ainda. 
Atualmente estou vivendo uma fase muito interessante e nova, depois de trabalhar em Manhattan no departamento de arte das editoras, eu resolvi dedicar todo o meu tempo ao meu trabalho de pinturas. Agora passo o dia no atelier procurando divulgar minha arte. Os clientes e pessoas que conhecem meu trabalho entram em contato comigo através do meu website, ou por telefone, agendando visitas e também requisitando comissões.

LUIZ VILELA - Finkles - Óleo sobre tela

José Rosário - Vi que já fez vários cursos e sem dúvida eles sempre acrescentam. Alguns de seus mestres já eram suas referências? Que artistas praticam algo com aquilo que você mais identifica no momento?
Luiz Vilela: Eu acho que o ser humano nunca para de aprender, portanto sempre procuro fazer workshops de pintura, principalmente se eu noto que o artista mentor tem alguma qualidade ou técnica diferente da minha, eu acho que neste caso se aprende mais. Eu frequentei o Studio Incamminati, na Filadélfia, por vários anos. Eles são responsáveis pela maioria das técnicas que aprendi com relação à pintura figurativa. É uma escola muito séria, os professores foram treinados pelo artista Nelson Shanks e seguem seus passos, mas cada um com seu estilo próprio, claro. Há alguns anos, numa das conferências da Portrait Society, eu conheci o pintor David Leffel. Eu já o conhecia dos livros e revistas de arte os quais eu lia e estudava, mas pintar com ele e ouvir seus conselhos e tutelagem está sendo muito importante para aumentar o meu conhecimento e técnica de pintura. Você aprende filosofia de vida também- ele é muito sábio, um mentor natural e provavelmente o artista mais pleno no sentido da palavra que eu tive a oportunidade de conhecer. E também porque ele é um ser humano muito generoso e tem um talento e facilidade enorme para dividir sua sabedoria.

LUIZ VILELA - George Street- Óleo sobre tela

José Rosário - Tem preferência por alguma técnica, em especial?
Luiz Vilela: Óleo. É o veículo com o qual mais gosto de me expressar. Mas gosto muito de desenho e principalmente aquarela - e admiro o trabalho de Mary Whyte, uma aquarelista soberba da Carolina do Sul. (www.marywhyte.com )

José Rosário - A pintura em local (plein air) é uma atividade corriqueira ou ocasional?
Luiz Vilela: Eu gostaria que fosse mais corriqueira do que ocasional. Porque é muito importante pintar “in loco.” É quando o artista mais aprende porque todas as respostas para suas dúvidas estão ali, na sua frente. É só saber ver. E esta é a luta de todo artista: aprender a ver o mundo. Para depois interpretá-lo e dividir suas impressões.

LUIZ VILELA - Portrait of a woman - Óleo sobre tela

José Rosário - Seus trabalhos são divulgados no Brasil por alguma galeria? Há alguma publicação sua que queira compartilhar?
Luiz Vilela: Uma tela minha faz parte da coleção do acervo do Museu de Arte Contemporânea MAC Bahia.
Não tenho representação em nenhuma galeria no Brasil, ainda. Este é um projeto e uma vontade que tenho, para um futuro próximo. Estou trabalhando num projeto de pintura retratando o povo brasileiro, o que deverá ser uma “ponte” para restabelecer meu contato com o país onde cresci, e minhas raízes.
Editei um livro com meus trabalhos de pintura, e pode ser adquirido pelo link abaixo:
http://www.blurb.com/b/2048271-buoyant-brushwork-the-art-of-luiz-vilela


Gostaria de agradecer imensamente ao Luiz Vilela
pela sua atenção e por ceder as imagens para
a publicação dessa matéria.



PARA SABER MAIS:

ESSAS MULHERES...

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Todo ato revolucionário parte sempre da coragem de alguém ou de algum grupo que resolveu clamar por direitos. Foi o que aconteceu com um grupo de funcionárias de uma fábrica de tecidos, em Nova York, no ato de 1857. Indignadas por cumprirem uma carga horária massacrante de 16 horas de trabalho diárias e ainda por receberem um terço do salário dos homens, para realizarem os mesmos trabalhos, várias operárias decidiram ocupar a fábrica onde trabalhavam e começaram suas reivindicações. Mas foram recebidas com violência extrema, trancadas dentro da fábrica, que foi em seguida incendiada. Cerca de 130 mulheres morreram carbonizadas. Somente em 1910, numa conferência realizada na Dinamarca, ficou decidido que o dia 8 de março passaria a ser o Dia Internacional da mulher, numa homenagem às mulheres que faleceram naquele incêndio de 1857. Contudo, somente em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU.





Não há como negar que as mulheres conquistaram e vem conquistando um espaço cada vez mais igualitário com os homens. Muitas são, inclusive, o esteio principal da família, com rendas maiores que seus próprios maridos e ocupando cargos e posições de respeito em diversos setores, tanto privados quanto públicos. O maior exemplo é da presidente Dilma Rousseff, que ocupa a posição máxima de nosso país.

Já é uma tradição de anos, realizada pela Fundação Aperam/Acesita, em Timóteo/MG, homenagear as mulheres em seu dia com uma grande exposição de obras de arte executadas por elas, que inclui os mais diversos estilos, temas, técnicas e propostas. Para esse ano, 56 mulheres acolheram o convite feito pela Fundação e mostraram seus trabalhos. O evento completa nesse ano a sua 17ª edição e já se tornou um momento esperado de todos os anos.



Numa noite muito agradável do vernissage, elas se encontram, trocam experiências e confraternizam as realizações de mais um ano. Nesse ano trouxeram pinturas, esculturas, poesias e números musicais.
A exposição ESSAS MULHERES... ficará em cartaz até o final de abril de 2013. Uma ótima oportunidade para todos apreciarem o que elas tem produzido nessa última temporada.
Parabéns à Fundação Aperam/Acesita pela iniciativa de propagar e valorizar as artistas da região mineira do Vale do Aço.











ENMANUEL HERNANDEZ

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ENMANUEL HERNANDEZ pintando Cocos - Acrílica sobre tela



Observem atentamente as imagens acima. Elas retratam um artista em sintonia com seu trabalho. Há algo forte e expressivo na concentração que há entre ele e a sua obra. Não há mais nada entre eles, somente o diálogo sincero entre a inspiração e o suporte que dá realidade à criação. O mesmo diálogo que já esteve presente entre tantas obras passadas e outros criadores, como Van Gogh no isolamento de seu mundo, Pollock e seus experimentos acidentais, Dali e sua meticulosa tentativa de captar o mundo dos sonhos... Observem ainda, com mais atenção, que a obra se forma num lugar simples, mas está revestida de uma nobreza incondicional. Não há ali o cavalete mais moderno, nem tampouco as tintas foram colocadas em uma paleta de última geração. Isso não importa. Obras geniais nascem em qualquer ambiente, assim como as mentes mais brilhantes não escolhem berço.

ENMANUEL HERNANDEZ - Retrato de jovem - Acrílica sobre tela

ENMANUEL HERNANDEZ - Retrato de Madre Tereza de Calcutá
Acrílica sobre tela

Enmanuel Hernandez nasceu na República Dominicana, mais precisamente na província de Dajabón, em 1986. Atualmente vive na cidade de Santiago de los Caballeros. É lá, nos arredores da cidade, que desenvolve seu trabalho em pintura, preferencialmente acrílica sobre tela. Divide essa atividade com aulas de música, que é o que lhe sustenta economicamente.

ENMANUEL HERNANDEZ - Mexericas- Acrílica sobre tela

ENMANUEL HERNANDEZ - Abacates - Acrílica sobre tela

Sente não ter no país, uma valorização para as artes proporcional à valorização dada à música e ao beisebol. Parece que essa é uma realidade cruel e bem comum nos países latinos. Sua região não possui tantos espaços disponíveis para expor trabalhos, como em outros pontos do país. A nível nacional, somente o Museu Leon Jimenez é o que possui uma expressão maior na manutenção cultural dominicana.

ENMANUEL HERNANDES - Morangos - Acrílica sobre tela

ENMANUEL HERNANDEZ - Laranjas - Acrílica sobre tela

ENMANUEL HERNANDEZ - Peras - Acrílica sobre tela

ENMANUEL HERNANDEZ - Morangos - Acrílica sobre tela

Autodidata, utiliza de diversos recursos para elaborar suas próprias composições. Talvez por uma maior comodidade, a fotografia seja sua maior referência. Mesmo não tendo um contato direto com qualquer artista de seu país, reconhece como importantes na cena nacional, os artistas Guillo Pérez, Ramón Oviedo e Elsa Núñez.

ENMANUEL HERNANDEZ - Composição 2
Acrílica sobre tela

ENMANUEL HERNANDEZ - Composição 1
Acrílica sobre tela

Na conversa que tivemos para a elaboração dessa matéria, deixou claro o quanto o Costumbrismo é importante no cenário cultural de seu país. Esse estilo, com raízes no século XIX, procura enfatizar a vida cotidiana local, com suas maneiras e costumes. Originário na Espanha, teve uma influência muito grande na formação literária e pictórica da América Espanhola. É um estilo que comunga de ideais do Realismo e do Romantismo. A arte de Enmanuel também comunga de algumas visões costumbristas, mas também faz um diálogo com versões surrealistas, hiperrealistas, sempre com uma visão contemporânea. É um jovem artista, que alimenta do desejo de levar a sua arte o mais distante possível. Sonho que já se começa a tornar forma aqui na rede mundial de comunicações. Uma exposição para o fim do ano, em seu país, é uma de suas metas.
Sucessos para esse jovem artista!




PARA SABER MAIS:



NOVOS TRABALHOS DISPONÍVEIS

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Seguem abaixo, imagens de trabalhos recentes, disponíveis para venda.

CONTATAR:
(31) 3858-1297
(31) 9704-0300 
 ou joserosariosouza@yahoo.com

JOSÉ ROSÁRIO - Estrada na Serra do Luar, Dionísio
Óleo sobre tela - 50 x 60
VENDIDO

TÚLIO DIAS - Tarefa cumprida
Óleo sobre tela - 80 x 60
OBRA DISPONÍVEL PARA VENDA

JOSÉ RICARDO - Estrada nas Pacas, João Monlevade
Óleo sobre tela - 40 x 50
OBRA DISPONÍVEL PARA VENDA

ERNANDES SILVA - Beira do Mumbaça, Dionísio
Óleo sobre tela - 30 x 40
OBRA DISPONÍVEL PARA VENDA

ARIMATÉIA - Teatro Municipal, Rio de Janeiro
Óleo sobre tela - 46 x 61
OBRA DISPONÍVEL PARA VENDA

JOSÉ ROSÁRIO - Serra da Canastra
Óleo sobre tela - 60 x 80
OBRA DISPONÍVEL PARA VENDA

TÚLIO DIAS - Noturno em Ouro Preto
Óleo sobre tela - 60 x 80
OBRA DISPONÍVEL PARA VENDA

JOSÉ RICARDO - Paisagem de Minas
Óleo sobre tela - 40 x 50
OBRA DISPONÍVEL PARA VENDA

ERNANDES SILVA - Paisagem com animais
Óleo sobre tela - 30 x 40
OBRA DISPONÍVEL PARA VENDA

ARIMATÉIA - Feira
Óleo sobre tela - 59 x 60
OBRA DISPONÍVEL PARA VENDA

DESPEDINDO DO VERÃO

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Estamos sempre inclinados a acreditar que não se pode fazer quase nada em um dia nublado, a não ser pegar um bom filme e ficar debaixo das cobertas. Isso é herança de uma cultura que nos insiste em dizer que tempo de chuva não é um tempo bom. Qualquer previsão de meteorologia nos telejornais dizem assim: “Tempo bom na região tal... É, o tempo vai estar ruim no litoral...” E por aí vai. Às vezes, dentro de nossos desejos egoístas, um dia de chuva pode não ser muito bem-vindo. Um dia assim é tudo que mais queria qualquer aldeia nos arredores do Saara e tantas outras regiões desérticas mundo afora.



Liderados por Ernandes Silva, um grupo de artistas decidiu sair a campo para alguns estudos, na última semana desse verão. De fato, o tempo pedia cobertas e um bom filme, mas acharam melhor seguir o conselho de John Singer Sargent, que já dizia há várias décadas: “Nunca perca uma única chance sequer de pintar ao ar livre...”



Águas de São Pedro, no estado de São Paulo, é um daqueles locais bonitos em qualquer época do ano. Já estive lá em um outono e tenho certeza que me encantaria de estivesse nesse encontro, no final desse verão. Com uma forte tradição turística; muito bem explorada por sinal; é realmente uma região diferenciada, com belas montanhas e um clima sempre aprazível. É para lá que foram os nossos amigos, quebrando a regra de que em dia de chuva, o aconchego de casa é o nosso melhor lugar.

                           

 



O que há de mais interessante nessas saídas, além do exercício diretamente do natural, é a possibilidade do encontro, de dividir experiências e observar na prática de um outro artista, as soluções para algumas de nossas dúvidas. Alguns já tinham a experiência da saída a campo, outros a fizeram pela primeira vez, e tudo ocorreu como o esperado, exceto pela chuva que impediu que a jornada durasse mais que o desejado. Terminaram o encontro com um almoço ao pé da Serra de São Pedro e já estão programando o próximo.


Essa demonstração de pintura ao ar livre foi oferecida por Ernandes Silva aos artistas da APAP – Associação Piracicabana de Artistas Plásticos. Além dele, estiveram presentes: Gracia Nepomuceno, João Ouvidio, Mateus Cruz, Laura Pezzoto, Sonia Torrezan, Marcos Sabadin, Ivania Macedo e Antonio Benatti.
Vida longa para toda a turma e que continuem com essa bela proposta! Faça sol ou faça chuva!

MARCO CIANFANELLI

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Poucos artistas conseguiriam traduzir a grandeza de uma figura histórica tão importante como fez Marco Cianfanelli. Trata-se da escultura em homenagem a Nelson Mandela, representando o 50° aniversário de sua captura, acontecido em Kwazulu Natal Midlands, local onde foi erguida a escultura-homenagem. Mandela é uma das figuras mais carismáticas do século XX e certamente o líder africano mais influente de todos os tempos. Sua luta contra a segregação racial lhe custaria 27 longos anos de prisão. Depois de conquistar sua liberdade, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul e ainda é uma espécie de mentor de todas as gerações políticas posteriores.
A escultura-homenagem é formada por 50 placas de aço com 10 metros de altura cada uma, cortadas a laser e inseridas na paisagem. De um ponto específico deixa ver nitidamente o perfil de Mandela. Esta é, aliás, uma das características mais marcantes de quase todas as suas obras, conseguir omitir formas e fazer com elas sejam perceptíveis e captadas apenas sob determinada ótica, brincando com os sentidos de cada observador. Ele tem uma atração enorme pela expressividade que se esconde nos espaços em branco, na área vazia de sua obra.




A escala é outro fator de fundamental importância, ora nos lembrando com uma intensidade incrível da nossa pequenez enquanto seres humanos, ora nos confundindo e nos integrando com o ambiente de uma maneira peculiar. Faz isso, para nos lembrar constantemente que a própria humanidade precisa se libertar de seu senso naturalmente egoísta e se posicionar dentro de uma esfera maior, como se visse parte de um corpo planetário único, singular.
Por ter uma proposta que revoluciona principalmente por atingir grandes massas, tornou-se o artista preferido para os grandes espaços públicos e privados, inserindo sua arte nos lugares onde geralmente não pensaríamos em encontrá-la. Não é à toa que se tornou a figura mais desejada entre os arquitetos atuais, que estão sempre conseguindo uma maneira de encaixar suas obras em seus projetos.

MARCO CIANFANELLI - Homem urbano - Escultura

Trabalha com uma gama incrível de materiais, desde o aço ao vidro, sejam fragmentados ou cortados propositadamente, combinados em composições que não dispensam o uso de projetos digitalizados previamente. Em todas as suas composições há um esforço constante e uma preocupação que engloba pensamentos ligados à economia, à geografia e à emoção. As silhuetas de figuras humanas, que aparecem repetidamente em grande parte de suas construções, apontam para as diversas conexões do ser e seu mundo, confirmando incessantemente a ideia de que natureza, cultura e política são interligados perfeitamente.

MARCO CIANFANELLI - Nos campos- Escultura

MARCO CIANFANELLI - Sem título - Escultura - 2009


Marco Cianfanelli nasceu em Joanesburgo, África do Sul, em 1970, e se formou pela Universidade de Witwatersrand, em 1992. Já realizou diversas exposições mundo afora e diversas obras suas podem ser encontradas em várias partes da África do Sul, Europa e Estados Unidos.



PARA SABER MAIS:


HUMANIZAR PELA ARTE

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... O mistério da vida me causa a mais forte emoção. É o sentimento que suscita a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece esta sensação ou não pode experimentar espanto ou surpresa, já é um morto-vivo e seus olhos se cegaram.” (Albert Einstein)
Logo no início do livro Como Vejo o Mundo, Albert Einstein nos deixa excelentes reflexões acerca do mundo e da vida. São as visões de alguém com uma capacidade perceptiva enorme, mas acima de tudo, a visão de um humanista, que devotava uma grande admiração pelas coisas simples e pelo fascínio de se encantar com cada uma delas. Muito mais conhecido pelos seus grandes experimentos e teorias no campo da Física, foi um humanista que dedicou seus últimos anos; mesmo que reclusos; na defesa da construção de ideais que incluíssem a paz e a promoção de um mundo melhor.


SIR LAWRENCE ALMA-TADEMA - Comparações
Óleo sobre tela

A ciência nos afirma que estamos aqui há milhões de anos, que evoluímos de espécies anteriores e que esse processo de evolução torna cada ser desse planeta uma entidade especial. Todas as transformações físicas passadas pelos nossos ancestrais, conquistadas no processo evolutivo desses milhões de anos, foram adaptações do nosso corpo às condições que foram se manifestando no planeta. Somos do jeito que somos, fisicamente falando, graças a um processo de hominização que nos permitiu ser assim, adaptando e evoluindo até chegarmos a nossa condição atual, quando há cerca de 7 milhões de anos seguimos um caminho diferente de outros primatas parentes nossos. Somos especiais? Do ponto de vista apenas físico, não somos mais especiais que uma formiga. Mas, algo nos tornou enormemente diferentes das outras espécies. Foi pela humanização que nos diferenciamos de todos os outros seres. A diferença mais importante entre nós e todas as outras espécies é que não vivemos apenas para o presente, pela intensa preocupação existencial de sobrevivência. Buscamos referências em nosso passado e nos orientamos nele para construirmos nosso futuro. Nenhuma outra espécie no planeta pensa e age assim. Como nos humanizamos?
Preocupamos com os nossos semelhantes e com as outras espécies, mesmo sabendo que muitas delas são até nossos concorrentes na cadeia de sobrevivência. Grande parte de nós, nem todos, se comove com a degradação acelerada do ambiente em que vivemos e uma parcela até considerável, luta para que ele permaneça nas melhores condições possíveis, para que possamos ter uma vida com melhor qualidade. Por vezes, lutamos pelo direito de excluídos e minorias, e muitos de nós ainda mantém acesa a chama da esperança de que dias melhores nos esperam. Humanizar é um processo que inspira coletividade, que nos faz abandonar nossa casca do egoísmo e da indiferença. Fazer planos para a humanidade é planejar algo para mim e para todos aqueles que dividem esse planeta comigo.


MARGUERITE GÉRARD - Artista pintando e retrato de uma musicista
Óleo sobre tela

Várias atitudes comprovam o processo evolutivo de nossa humanização, mas nenhuma delas tem força maior que a nossa manifestação artística. É a arte que comprova nossa trajetória na história e nos faz permitir olhar os passos que nos trouxeram até aqui. Registrando em textos, esculturas, pinturas, construções, compondo músicas e interpretando em palcos a nossa existência, evoluímos em nossa caminhada. A arte nos promove à nossa condição humana mais especial. Principalmente ela, nos permite olhar e encantar com o passado e sonhar e projetar um melhor momento futuro. A arte tem o poder da transcendência. Quem faz arte vive além da vida de seu próprio corpo físico. Pouco nos importa, por exemplo, como era Michelangelo, se era baixo, magro, forte... sua arte lhe representa sem que precisamos lhe conceber uma  forma física. Para a humanidade, isso é o suficiente.
“A superioridade do homem sobre os restantes seres da natureza, é devida aos seus pensamentos inúteis”, já dizia Paul Valéry. Joan-Josep Tharrats completa assim o raciocínio de Valéry: “Se a gente não tivesse essa necessidade de coisas sobrantes, não teríamos superado o nível dos irracionais. A arte é uma realidade inútil, mas são precisamente as coisas inúteis as que fazem vibrar a humanidade”. A arte, enquanto excesso luxuoso de nossa produção, sempre teve o papel de refinar o espírito humano, de aproximá-lo por alguns instantes; do que o próprio homem concebeu; de uma centelha divina. Também é pela arte que atingimos o ápice de nossa liberdade, fugindo com maior satisfação das forças manipuladoras do mundo atual, onde tudo parece mecanizado, programado e vigiado. Há, por isso, uma responsabilidade enorme para não deixarmos que a liberdade conquistada no fazer artístico seja algo puramente egoísta, que não comungue com a promoção de melhores condições para a toda a humanidade. Nesse sentido, muitas manifestações artísticas recentes acrescentam pouco ao coletivo, supervalorizando o mundo individualista de quem as criou. Mas isso já são motivos para novas divagações filosóficas.


VICENTE ROMERO REDONDO - No ateliê do artista - Pastel


Estamos certamente numa encruzilhada. O que se tem produzido atualmente, em muitos segmentos artísticos, caminha para um comportamento quase irracional, animal mesmo. Produtos do momento, sem referencias ao passado e sem a preocupação em formar uma melhor sociedade futura. A arte, como a ferramenta mais valiosa que temos, para produzir e construir um mundo melhor, corre o risco de não se tornar mais, aquilo que conseguimos produzir de mais nobre até aqui. Que sejamos todos, humanistas devotados em construir um mundo melhor, assim como Einstein se empenhou em seus últimos anos. Estaremos assim contribuindo para justificar o título que nós mesmos nos damos, de criaturas especiais e diferenciadas deste planeta.

TRÊS ITALIANOS DO "OTTOCENTO"

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GAETANO CHIERICI - Alegrias da infância - Óleo sobre tela - 69,9 x 52

Não é novidade dizer que a Itália seja um dos locais mais importantes para a história da arte, nem tão pouco que essa importância tenha se estendido a todo o mundo ocidental. Grande parte dos movimentos artísticos surgiu lá e por lá aconteceram em sua maior intensidade. Muito antes da era cristã; que começou a contar nossos dias; a Itália já exercia uma influência enorme na formação artística de toda a região mediterrânea. O Renascimento apenas veio confirmar o grande espírito artístico que já reinava em terras italianas desde as mais distantes datas, e que ficou adormecido por um longo período, conseqüência de grandes pestes que assolaram todo o território europeu. No Renascimento, o homem assume a vontade de evoluir espiritualmente e exprime isso com toda intensidade, nas inúmeras obras de arte criadas nesse período. A centralização da Igreja Católica em Roma foi, sem dúvida, um fator de suma importância para que as coisas desenrolassem dessa maneira. Com poderes de estado; inigualáveis para o período; ela mantinha a sobrevivência de grande parte dos artistas da época.

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - Uma família feliz
Óleo sobre tela

EUGENIO ZAMPIGHI - Meu passarinho morreu
Óleo sobre tela

GAETANO CHIERICI - Amigos da fazenda
Óleo sobre tela

Sucedendo ao Renascimento, vieram o Maneirismo, Barroco, Rococó, Neoclassicismo e Romantismo. A Itália sempre esteve na vanguarda de todos esses movimentos. A entrada dos anos de 1800 assistia o deslocamento do centro cultural de Roma para Paris, com uma força ainda mais evidente. Quando parecia que em solo italiano não haveria mais novidades, eis que, como uma carta na manga, o Realismo e o Naturalismo se impõe por quase todo o século. Os “Ottocento”, como ficaram conhecidos os anos em que esses estilos se consolidaram, estiveram esquecidos por muitos anos, depois do advento de vários movimentos modernistas, mas, retornaram à mesa das conversas sobre a produção artística italiana, principalmente porque as obras desse período são o desejo de consumo em muitas casas de leilões por todo o mundo.

EUGENIO ZAMPIGHI - Brincando com o bebê
Óleo sobre tela - 61 x 45,7

GAETANO CHIERICI - Hora do banho - Óleo sobre tela

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - Gastando o tempo
Óleo sobre tela

Precisaria de uma matéria especialmente dedicada aos “Ottocento” italianos, por se tratar não somente de uma farta e rica quantidade de informações e imagens, mas principalmente porque grande parte da arte realista que se espalhou pelo mundo, teve sua gênese nesse movimento italiano. Ficarei restrito, nesse momento, a três artistas que se consagraram no movimento realista dos “Ottocento” italianos: Gaetano Chierici, Giovanni Battista Torriglia e Eugenio Zampighi. A pintura de cenas de interiores é uma particularidade entre os três, por isso nada mais justo e sensato do que reuni-los numa mesma matéria.

GAETANO CHIERICI - Amor de mãe
Óleo sobre tela - 43,1 x 33 - Coleção particular

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - Jogos em família - Óleo sobre tela 74 x 109

EUGENIO ZAMPIGHI - A visita mais bem vinda
Óleo sobre tela

Assumo de antemão, que sou um admirador inveterado de todos os três e estou me policiando para que minha narrativa não se torne deveras piegas, típica dos fãs incondicionais. Não é muito difícil falar daquilo que é bom, que emociona e que por vezes são o motivo para nunca querer parar. Os trabalhos dos citados artistas provocam tudo isso, um misto de admiração, respeito e um alento para seguir caminhada.

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - O fio do amor
Óleo sobre tela - 63,5 x 91,44 - 1895

EUGENIO ZAMPIGHI - O favorito - Óleo sobre tela - 55,9 x 76,2

GAETANO CHIERICI - Patatrach
Óleo sobre tela - 32,4 x 47

Gaetano Chierici nasceu em Reggio Emilia, em 13 de julho de 1838 e lá faleceu em 16 de janeiro de 1920. Foi aluno de Minghetti, mas se aperfeiçoou em Modena e Florença, antes de completar sua formação em Bolonha, sob a orientação de Giulio Cesare Ferrari. Teve os primeiros trabalhos influenciados pelo tio Alfonso Chierici e também Adeodato Malatesta e se encantou, posteriormente, pelos trabalhos de um grupo denominado Macchiaioli. Só a partir de 1860 que adota as cenas de gênero como carro-chefe de sua produção. Em 1869, quando participa da Exposição de Belas Artes de Brera, conquista grande aceitação por críticos e colecionadores. Foi um pintor altamente escrupuloso, dono de uma veracidade fotográfica objetiva e surpreendente. Era dono também de uma técnica impecável e se inspirava principalmente na rotina diária de Montecalvo, onde buscava suas muitas cenas de gênero, principalmente com animais domésticos e personagens locais. Talvez pela alta qualidade técnica e grande detalhamento, produziu relativamente pouco, cerca de 150 obras completamente concluídas e alguns outros estudos e obras inacabadas. Ficava dias em uma única composição, em intermináveis horas à procura do melhor colorido, com sua precisão miniaturista e uma acuradíssima trama desenhística. Pela repetição mecânica de seus temas, foi perdendo o interesse pelos colecionadores. Atuante socialmente, foi diretor da Escola dos Trabalhadores de Desenho em Reggio Emiliae também o primeiro prefeito socialista da cidade. Seus trabalhos são hoje muito raros, e os poucos leilões onde existem suas ofertas, conseguem altíssimos valores.

EUGENIO ZAMPIGHI - Hora da refeição
Óleo sobre tela

GAETANO CHIERICI - Força irresistível - Óleo sobre painel - 34,5 x 46 - 1920

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - No estúdio do escultor
Óleo sobre tela

Eugenio Battista Torriglia nasceu em Modena, em 1859 e faleceu em Maranello, em 1944. Entre os anos de 1875 e 1882, foi aluno da Academia Ligústica e já em 1886 foi o vencedor da Pensão Durazzo, estudando com essa ajuda até 1891 em estúdios de Florença, sendo aluno principalmente de N. Barabino. Especializou em diversas temáticas, passeando muito bem desde cenas históricas e religiosas ao retrato, até cenas de gênero com moderado realismo. Tinha uma enorme preferência pela vida comum e doméstica. Suas composições são sempre envolventes e com forte elemento narrativo.

GAETANO CHIERICI - A máscara
Óleo sobre tela - 73 x 93,3

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - A pomba - Óleo sobre tela

EUGENIO ZAMPIGHI - Fugindo do banho
Óleo sobre tela

Eugenio Zampighi nasceu em Gênova, a 30 de agosto de 1857 e aí também faleceu em 12 de janeiro de 1937. Matriculou-se na Academia de Belas Artes de Modena em idade muito jovem. Depois de ganhar o Prêmio Polleti, em 1880, continuou seus estudos em Roma e Florença, onde se estabeleceu definitivamente em 1884. Tinha uma facilidade enorme para a ilustração, a qual sempre realizava com muita precisão. Teve uma produção bem montada em cima de uma temática que explorou exaustivamente: velhos, crianças, pais afetuosos, cenas domésticas... Tornou-se um dos artistas preferidos por colecionadores americanos, que sempre viram em seu trabalho, uma grande identidade com a vida doméstica italiana dos anos oitocentos. Também era fotógrafo e utilizou do recurso da fotografia para elaborar seus trabalhos. Usava modelos tipicamente trajados em seu estúdio e explorou essa temática por várias décadas, vindo a obter bastante sucesso com elas.

EUGENIO ZAMPIGHI - Reunião de família
Óleo sobre tela

GAETANO CHIERICI - A papa - Óleo sobre tela - 46,3 x 58,4

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - A teia da vida
Óleo sobre tela

Todos os três artistas tinham um fascínio pela vida familiar, pela representação que a rotina do convívio entre os familiares podia proporcionar e por tudo que isso significava em suas sociedades. Suas obras são um culto ao que há de mais simples e ao mesmo tempo o que se torna mais valioso. São retratos fiéis de uma época e que influenciarão ainda muitas gerações.

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - Uma família feliz
Óleo sobre tela

POR DENTRO DE UMA OBRA - Wilson Vicente

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WILSON VICENTE - Praça São Sebastião, Dionísio, cerca de 1970
Acrílica sobre tela - 50 x 80 - 2013

Casario foi o tema que primeiramente levou-me a conhecer os trabalhos do artista mineiro Wilson Vicente. Gostava muito da sua maneira peculiar de representar essa típica vida pacata mineira do passado. Já havia visto várias telas suas representando a cidade de São Domingos do Prata, Ouro Preto e Tiradentes, e passaram muitos anos até que viesse a ver, agora, uma tela sua representando a minha cidade natal em início da década de 70.
Wilson já soma uma carreira de mais de 45 anos, sempre representando com bastante fidelidade a vida mineira interiorana, seja presente ou do passado.



Dionísio teve uma vida agitada em início dos anos 70 e finais da década de 60, quando se gabava de ser um dos municípios brasileiros maiores produtores de carvão vegetal. Até uma rede teleférica, espécie de caçambas suspensas em cabos de aço, ligavam a cidade até a cidade de João Monlevade, cerca de 65 km de distância, levando a produção de carvão daqui. A cena pintada por Wilson retrata exatamente esse momento, com as grandes estruturas chegando à cidade. Elas eram um atrativo à parte, principalmente para as crianças.
Os anos se passaram, felizmente extrair o carvão não é mais nosso orgulho, assim como não parece ser em nenhuma parte do mundo, mesmo sendo feito por florestas remanejadas, como o eucalipto. O município ainda não conseguiu se recuperar da grande lacuna deixada pelo término da produção carvoeira. A economia tenta recuperar sua antiga vocação agropecuária, mas o futuro tem se mostrado bastante incerto.






Abaixo: Imagens da Praça São Sebastião no ano de 2003, no mesmo local representado no quadro de Wilson Vicente.



OLHAR RURAL

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Tenho uma afinidade muito grande com os trabalhos de Douglas Okada, não somente porque tem uma técnica refinada e invejável, mas, principalmente porque seus temas me remetem a uma realidade que é minha, que convivo todos os dias. Olhar Rural, a sua próxima exposição, vai ainda mais de encontro com essa sintonia natural que tenho com sua arte.

DOUGLAS OKADA - Eucalipto - Óleo sobre tela - 70 x 50
VALOR: R$ 1.100,00

DOUGLAS OKADA - Corredeira de Itirapina - Óleo sobre tela - 30 x 40
VALOR: R$ 650,00

A presente exposição, que inaugurará no dia 2 de maio, trará 22 obras, que apresento aqui de antemão, inclusive com os valores para aqueles que se interessarem e quiserem adquirir o trabalho, antes mesmo de ser exposto.

DOUGLAS OKADA - Uma nova família
Óleo sobre tela - 40 x 50
VALOR: R$ 750,00


DOUGLAS OKADA - No sítio, pela manhã - Óleo sobre tela - 40 x 50
VALOR: R$ 750,00

DOUGLAS OKADA - Pequena ajuda no sítio
Óleo sobre tela - 50 x 60
VALOR: R$ 1.000,00

Abraçando exclusivamente a temática rural para essa exposição, Douglas Okada passeia por temas bucólicos, que incluem paisagens, figuras humanas e naturezas mortas bem despojadas e bem próximas da realidade campesina.

DOUGLAS OKADA - Bebedouro no Córrego Rico - Óleo sobre tela - 50 x 70
VALOR: R$ 1.100,00

DOUGLAS OKADA - Durante a refeição
Óleo sobre tela - 30 x 40
VALOR: R$ 650,00

DOUGLAS OKADA - Carro de boi - Óleo sobre tela - 60 x 80
VALOR: R$ 1.350,00

Toda as obras foram baseadas em estudos realizados em Araraquara e Jaboticabal, no estado de São Paulo. Algumas inclusive, pintadas no próprio local. A pintura ao vivo tem se tornado uma prática mais constante na vida desse artista, que se adapta muito bem as realidades contemporâneas. Cada vez mais o artista vai direto à sua fonte inspiradora, e essa é uma realidade que vem conquistando o mundo. Vale salientar que todas as obras foram realizadas nos últimos 3 meses.

DOUGLAS OKADA - Carriola com flores
Óleo sobre tela - 70 x 50
VALOR: R$ 1.100,00

DOUGLAS OKADA - Fazendo o jardim
Óleo sobre tela - 70 x 50
VALOR: R$ 1.100,00

Não é a primeira vez que Douglas faz uma individual na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. A Essência da Natureza foi a primeira mostra, realizada no ano de 2008. Ambas possuem como curador Emanuel Von Lauenstein Massarani, renomado crítico de arte, escritor e Diretor Geral do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, além de Presidente do Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico de São Paulo.

DOUGLAS OKADA - Breve descanso (detalhe)
Óleo sobre tela - 60 x 80
VALOR: R$ 1.350,00

Sou suspeito de falar desse artista e suas obras. Tenho uma natureza morta que admiro quase todos os dias na hora das refeições e não tenho a menor dúvida em afirmar que se trata de um grande expoente dessa geração.


PARA ADQUIRIR OS TRABALHOS, ENTRE EM CONTATO COM O PRÓPRIO ARTISTA PELO E-MAIL:
atelierdouglasokada@gmail.com 
OU PELO TELEFONE 
(16) 9138-0742.

SUCESSOS, MEU AMIGO!

OLHARES DIVERSOS

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CLÁUDIO VINÍCIUS - Estrada para Marliéria - Óleo sobre tela - 30 x 50 - 2013
Um dos trabalhos deste artista, que estará presente na mostra.

A segunda edição da exposição OLHARES DIVERSOS acontecerá entre os dias 7 de junho e 15 de julho, na Fundação Aperam Acesita, em Timóteo/MG.
Como na edição passada, vários artistas, de diversas regiões do Brasil, estarão mostrando seus trabalhos em várias técnicas e temas. Como o próprio nome da exposição sugere, a diversidade é o que há de mais especial nesse encontro.
Para esse ano, estão sendo esperados desde grafites, além de objetos, desenhos e pinturas.
Haverá, mais adiante, uma matéria mais abrangente com todos os participantes, todas as obras e mais detalhes sobre a mostra.

CLODOALDO MARTINS - Hora da refeição - Óleo sobre tela - 60 x 70 - 2013
Um dos nomes de maior respeito no cenário realista brasileiro atual, esse será mais um dos trabalhos apresentados na exposição.

SANSÃO PEREIRA - Casario - Óleo sobre tela - 80 x 100 - 2013
Com 94 anos de idade e mais de 30 mil trabalhos catalogados, Sansão Pereira será o artista homenageado dessa edição. Além do trabalho acima, mais 3 obras suas estarão na mostra.


CACHOEIRÃO: SEMPRE UMA NOVA INSPIRAÇÃO!

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JOSÉ ROSÁRIO - Juliana Limeira pintando no Cachoeirão, Dionísio
Óleo sobre tela - 80 x 80 - 2013

Não me canso de representar o Cachoeirão em telas. Esse local já me proporcionou diversas imagens sob diversos ângulos. Não poderia de deixar de representá-la sob essa nova ótica, sendo captada por uma artista. É uma composição inédita que faço do lugar, e ao mesmo tempo uma homenagem a todos os artistas que se propõe a fazer uma representação da natureza sempre próximos dela.
Essa tela também fará parte da exposição OLHARES DIVERSOS, que acontecerá na Fundação Aperam Acesita, com abertura marcada para o dia 7 de junho.






Mas, infelizmente nem tudo é festa. Na última visita que fiz ao Cachoeirão, com o Rubens(São Paulo), a Sílvia(Belo Horizonte) e a Juliana(Belo Horizonte), que passaram por Dionísio na última semana, recolhemos uma quantidade enorme de lixo, que turistas deixaram em sua passada por lá. Como é um local privado, fica difícil a  sua manutenção. Fica aqui, então, uma dica para que todos que forem até lá, usufruírem de um dia de descanso, que levem um recipiente e tragam todo seu lixo que produzir. Com certeza, a natureza agradecerá!

Sílvia não desperdiçou a oportunidade de
um bom banho.

Rubens na coleta de lixo.

Lixo recolhido nas águas do Cachoeirão
em apenas uma única hora.

OLHARES DIVERSOS: Um pouco mais...

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A diversidade é a característica principal da exposição OLHARES DIVERSOS. Muitos e variados temas e estilos, reunidos num único espaço, permitem uma leitura bem ampliada da produção mais recente da arte brasileira. Também estarão expostos trabalhos importantes de décadas passadas, que permitem um paralelo com a produção contemporânea do país. Os trabalhos são provenientes dos próprios artistas e também de coleções particulares.

Veja abaixo mais alguns trabalhos que estarão na exposição:

JOÃO BOSCO CAMPOS - Olaria - Óleo sobre tela - 40 x 50 - 1992

ERNANDES SILVA - Caldo - Óleo sobre tela - 60 x 100 - 2012

VALDONÊS - Elegância - Mista sobre tela - 80 x 140

Mais trabalhos e mais dados sobre a exposição estarão sendo publicados até o dia da abertura.

OLHARES DIVERSOS - Mais trabalhos...

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Vários trabalhos jã estão chegando para a grande exposição OLHARES DIVERSOS, que se inaugurará no dia 7 de Junho, na Fundação Aperam Acesita, em Timóteo. Para esse ano, participam mais de 35 artistas e cerca de 80 trabalhos serão expostos.
Diferentemente da 1ª edição do evento, nesse ano haverá uma maior participação feminina, de diversas regiões, valorizando a pluralidade desejada para o encontro.

Seguem abaixo, imagens de mais alguns trabalhos que estarão nessa nova exposição:

JULIANA LIMEIRA - Nu - Óleo sobre tela - 21,5 x 27 - 2012

ANTÔNIO SILVEIRA - Copacabana - Óleo sobre painel - 40 x 40 - 2013

ANTÔNIA LÚCIA - Guerra dos Emboabas - Lápis, pastel e nanquim sobre papel - 45 x 33 - 1974

CLÓVIS PÉSCIO - Amanhecer na roça- Óleo sobre tela - 50 x 70

IRENE REGALEIRA - Igreja da Glória - Óleo sobre tela - 60 x 40 - 2012

JORGE VIEIRA - Ancoradouro - Óleo sobre tela - 60 x 80 - 2013


OLHARES DIVERSOS: Mais alguns trabalhos...

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Todo artista é um eterno insatisfeito com seu trabalho. Às vezes, absorto em seus pensamentos, produz em sua mente algo muito além daquilo que suas mãos jamais conseguem reproduzir. No entanto, ainda assim, tem uma vontade enorme de mostrar aquilo que faz, dividir com os outros um pouco de sua visão e compartilhar com as opiniões do mundo.
Ter um espaço que prestigie esse desejo de expor seu trabalho, é um sonho de todo artista. Por isso, louvada é a atitude da Fundação Aperam Acesita, atenta à essa necessidade, não só regional, como a nível nacional.

Abaixo, mais alguns trabalhos que estarão na mostra OLHARES DIVERSOS. Atente-se para a versatilidade de estilos, uma das maiores propostas do evento:


FABIANO ROCHA - Eva - Mista sobre tela - 100 x 80

ARI VICENTINI - Entardecer em Itapoã - Óleo sobre tela

ROMEU CÉLIO - Suburbano - Mista sobre tela - 60 x 50

DOUGLAS OKADA - Corredeira de Itirapina- Óleo sobre tela - 30 x 40

MARCELO COELHO - Uma pose - Lápis sobre papel tipo canson - 30 x 21

DODÔ 153 - Todo desejo tem o tamanho da gula - Mista sobre tela - 70 x 70

OLHARES DIVERSOS - Ajustes finais

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Já está em processo final, a montagem da exposição OLHARES DIVERSOS. Vários novos trabalhos terminaram de chegar e os preparativos para a abertura, na sexta, dia 7, estão na sua reta final.

Seguem mais alguns trabalhos que estarão expostos:

ATACIR COSTA - Carro de boi- Óleo sobre tela - 50 x 70 - 2013

MÁRCIO DOMINGUES - Colhedor de laranjas - Óleo sobre tela - 60 x 40

JOSÉ RICARDO - Travessia - Óleo sobre tela - 60 x 100 - 2013

IZABEL PARIZ - Série Africanos - Óleo sobre tela - 50 x 50

DU RAMOS - Santa aviação- Acrílica sobre tela - 50 x 60

RUI DE PAULA - Fundo de quintal- Óleo sobre tela - 30 x 40

VYRUS - Sem título - Mista sobre tela - 70 x 70

EXPOSIÇÃO OLHARES DIVERSOS

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Em pé: Romeu Célio, Guilherme Cordeiro, Paulo de Fariah, Dodô 153, Marcel Araújo, Marcos Anthony, Fabiano Rocha, Luiz Fernando Rodrigues, Du Ramos, Izabel Pariz, Grasielle Cristina, Venilson Vitorino (Presidente da Fundação Aperam Acesita).
Embaixo: Afonso Marcelino, Isaque Alves, Alan Barros, Atacir Costa, Gilson Ferreira, Marcellino Ribeiro, Antônio Neto (Representando o artista homenageado Sansão Neto) e José Rosário.


A Exposição Olhares Diversos, que se inaugurou nesta sexta-feira, dia 7 de junho, e que se estenderá até o dia 5 de agosto, no Centro Cultural da Fundação Aperam Acesita, em Timóteo/MG, traz à tona uma realidade que é de quase todo o país: a existência de muitos artistas carentes por um espaço onde mostrar seus trabalhos e a importância de eventos como esse, que integram várias linguagens num único espaço.
A reunião de artistas, para apresentarem juntos os seus trabalhos, remonta ao século XIX, quando, ao final de cada temporada, vários deles se encontravam para fazer o envernizamento final de suas obras, num termo que ficou caracterizado como vernissage. As obras, então finalizadas, ficavam expostas em conjunto, e assim, artistas e pessoas da sociedade, de diversas áreas, apreciavam, discutiam e também comercializavam os trabalhos. Os tempos mudaram, o termo “vernissage” acabou sendo assimilado como o dia de abertura de um evento, mas a tradição de reunir e apreciar, acabou ficando ainda mais sólida.






Não é tarefa fácil reunir e expor trabalhos com uma variedade tão grande de estilos, temas, técnicas e propostas num único local. A liberdade conquistada nas últimas décadas deu um novo impulso ao ato artístico de criar e isso faz com que várias linguagens sejam oferecidas ao público, fazendo com que esse participe e questione sobre o que se tem produzido e direcionado o fazer artístico de seu tempo. Alguns trabalhos são revisitações a referências passadas, mas uma grande parte deles é mesmo o perceber dessa época, com suas transgressões, suas mutações e suas metáforas e analogias da realidade atual.
A proposta da exposição, desde a sua primeira edição, em 2012, consiste em que artistas já consagrados e alguns que ainda estão se iniciando pelo caminho, possam dividir o mesmo espaço, de modo que todos apreciem o que já é referência e aquilo que poderá vir a ser um dia. Traz também a oportunidade para que artistas de várias regiões do Brasil mostrem as suas particularidades e seus pontos de vistas culturais, específicos de cada região. Para os artistas contemporâneos, são sempre apresentadas obras de produções recentes.
A mostra também traz a colaboração de colecionadores, que possibilitam a visualização de suas peças, encerradas a acervos muitas vezes inacessíveis, e que distanciam o artista de seu tempo. Tais peças, já com algumas décadas de existência, permitem aos artistas reunidos no evento fazerem um paralelo entre as suas propostas e as propostas de seus antecessores, bem como mostrar ao público um pouco da trajetória artística desse país.
Nesse ano, 53 artistas, de várias partes do país, estão mostrando seus trabalhos.

JOÃO BOSCO CAMPOS - Olaria - Óleo sobre tela - 40 x 50 - 1992 - Acervo particular

CLÁUDIO VINÍCIUS - Estrada para Marliéria
Óleo sobre tela - 30 x 50 - 2013

CLÁUDIO VINÍCIUS - Estrada em Dionísio/MG
Óleo sobre tela - 30 x 50 - 2012 

JOSÉ ROSÁRIO - Juliana Limeira pintando no Cachoeirão, Dionísio/MG
Óleo sobre tela - 80 x 80 - 2013
VENDIDO

Esquerda: JOSÉ ROSÁRIO - Uma tarde perfeita - Óleo sobre tela - 70 x 100 - 2013 - R$ 1400,00
Direita: ROGÉRIO RAMOS - Carro de boi - Óleo sobre tela - 50 x 70 - R$ 700,00
                                               
Esquerda: CLÓVIS PÉSCIO - Estrada com cargueiro - Óleo sobre tela - 40 x 50 - R$ 900,00
Direita: CLÓVIS PÉSCIO - Amanhecer na roça - Óleo sobre tela - 50 x 70 - R$ 1300,00

JOSÉ RICARDO - Travessia - Óleo sobre tela - 60 x 100 - 2013 - R$ 1200,00

                                               
Esuquerda: JOSÉ RICARDO - Beira de rio - Óleo sobre tela - 60 x 60 - R$ 800,00
Direita: JOSÉ RICARDO - Paisagem com estrada - Óleo sobre tela - 65 x 80 - R$ 800,00

REGINALDO SOUSA - Rio Formiga, Jalapão
Óleo sobre tela - 60 x 80 - R$ 900,00

Não é sempre que se tem a oportunidade de ver, por exemplo, um trabalho de João Bosco Campos, ao lado de colegas de seu tempo, frequentadores do mesmo Parque Lage onde ele se formou. Artistas como Jorge Silveira e Irene Regaleira, do Rio de Janeiro, que já vem de uma longa caminhada. Pelas trilhas de JB Campos, uma série de outros artistas, mineiros e também de outros estados, deixaram-se influenciar pelos ensinamentos primórdios de Edgar Walter, o grande antecessor do movimento paisagista brasileiro.


ARI VICENTINI - Marinha- Óleo sobre tela - 60 x 80 - R$ 1300,00

JORGE VIEIRA - Ancoradouro
Óleo sobre tela - 60 x 80 - 2013 - R$ 600,00

                                               
Esquerda: JORGE VIEIRA - Barco - Óleo sobre tela - R$ 600,00
Direita: JORGE VIEIRA - Barcos - Óleo sobre tela - R$ 600,00

ERNANDES SILVA - Caldo - Óleo sobre tela - 60 x 100 - 2012 - R$ 1800,00
                                              
Esquerda: ERNANDES SILVA - Um cantinho na Serra do Luar - Óleo sobre tela - 30 x 40
Centro: DOUGLAS OKADA - Corredeira em Itirapina- Óleo sobre tela - 30 x 40 - R$ 650,00
Direita: ERNANDES SILVA - Paisagem com ipê - Óleo sobre tela - 30 x 40

ATACIR COSTA - Pescadores
Óleo sobre tela - 60 x 80 - R$ 1300,00

GILSON FERREIRA - Um lugar tranquilo
Óleo sobre tela - 60 x 80 - R$ 1300,00 

GILSON FERREIRA - Entardecer no cais de Conceição da Barra
Óleo sobre tela - 50 x 70 - R$ 800,00

CLÁUDIO FONTANA - Arrebentação
Óleo sobre tela - 60 x 80 - R$ 600,00

Esquerda - ROGÉRIO RAMOS - Matriz São José, Nova Era - Óleo sobre tela - 50 x 40 - R$ 400,00
Centro - ISAQUE ALVES - Colégio Angélica - Óleo sobre tela - 70 x 100 - R$ 1500,00
Direita: IRENE REGALEIRA - Igreja da Glória - Óleo sobre tela - 60 x 40 - R$ 700,00

IRENE REGALEIRA - Praia- Óleo sobre tela - 40 x 60 - R$ 700,00

Esquerda: ANTÔNIO SILVEIRA - Copacabana - Óleo sobre tela - 40 x 40 - R$ 450,00
DIREITA: ANTÔNIO SILVEIRA - Forte de Copacabana- Óleo sobre tela - 40 x 40 - R$ 450,00

RUI DE PAULA - Cena urbana- Óleo sobre tela - 30 x 40 - R$ 800,00

DOUGLAS OKADA - Hora da refeição - Óleo sobre tela - 30 x 40 - R$ 650,00

Esquerda: JOSÉ ROSÁRIO - Nina- Óleo sobre tela - 30 x 24 - Acervo particular
Centro: RUI DE PAULA - Fundo de quintal- Óleo sobre tela - 30 x 40 - R$ 800,00
Direita: ROGÉRIO RAMOS - Tucanos - Óleo sobre tela - 60 x 40 - R$ 500,00

HILTON COSTA - Ribeirão Mumbaça, Dionísio
Óleo sobre tela - 27 x 35 - Acervo particular

ISAQUE ALVES - Canário em aconchego
Óleo sobre tela - 30 x 40 - R$ 250,00

Esquerda: ALAN BARROS - Paisagem- Óleo sobre tela - 60 x 90 - R$ 450,00
Direita: ARIMATÉIA - Pescador - Óleo sobre tela - 46 x 65

ARI VICENTINI - Bosque João Paulo II- Óleo sobre tela - 50 x 40 - R$ 800,00

Esquerda: VINÍCIUS SILVA - Corredeira - Óleo sobre tela - 20 x 25
Direita: VINÍCIUS SILVA - Paisagem em Pains - óleo sobre tela - 20 x 25

A paisagem é, aliás, um dos grandes segmentos apresentados dessa mostra. Tem representantes com várias tendências, a citar, em especial, alguns artistas que adotaram a execução ao ar livre, remetendo aos tempos impressionistas, mas sempre preocupados com uma linguagem atual e renovada. Há a participação de Cláudio Vinícius, Clóvis Péscio, José Rosário, José Ricardo, Arimatéia, Antônio Silveira, Rui de Paula, Hilton Costa, alguns estudos de Vinícius Silva e pequenos formados de Ernandes Silva e Douglas Okada. Também pelas trilhas da paisagem, vem nomes novos, que a exposição não priva a oportunidade de mostrar, como Gilson Ferreira, Alan Barros, Isaque Alves, Rogério Ramos,  Cláudio Fontana e Reginaldo Sousa.
Um dos grandes destaques da mostra é a tela “Celebração religiosa em Timóteo, 1947”, do artista mineiro Wilson Vicente. Um peça iconográfica da cidade de Timóteo.

WILSON VICENTE - Celebração religiosa em Timóteo, 1947 - Acrílica sobre tela - 50 x 70 - 2013
VENDIDO

CLODOALDO MARTINS - Após a refeição
Óleo sobre tela - 60 x 70

ATACIR COSTA - Descanso das crianças
Óleo sobre tela - 70 x 100 - R$ 1800,00

ARI VICENTINI - Retrato de Elvis
Óleo sobre tela - 70 x 50 - R$ 1100,00

JULIANA LIMEIRA - Nu - Óleo sobre tela - 22 x 35 - Acervo particular

                                 
Esquerda:  JULIANA LIMEIRA - Sonho de primavera - Óleo sobre tela - 40,7 x 30,5 - R$ 1900,00
Direita: JULIANA LIMEIRA - Em busca - Óleo sobre tela - 30,5 x 22,7 - R$ 1800,00

JULIANA LIMEIRA - Jardim Botânico/RJ
Óleo sobre tela - 24 x 17 - R$ 900,00

ATACIR COSTA - Carro de boi - Óleo sobre tela - 50 x 70 - R$ 1100,00

Esquerda: ROGÉRIO RAMOS - Garimpeiro - Óleo sobre tela - 50 x 40 - R$ 400,00
Centro - ISAQUE ALVES - Os traços do trabalhador - Óleo sobre tela - 60 x 40 - Acervo particular
Direita: AFONSO MARCELINO - Anjo - Óleo sobre tela - 40 x 30 - Acervo particular

Há algumas representações com figuras; de grande destaque; como a tela “Após a refeição”, de Clodoaldo Martins, um dos grandes nomes da arte realista brasileira atual, além de “Retrato de Elvis”, de Ari Vicentini e “Descanso dos jogadores”, de Atacir Costa. Em menores dimensões, mas com destaque especial, estão quatro trabalhos de Juliana Limeira, que já participou da primeira edição do evento. Um díptico pós-moderno, do artista Fabiano Rocha, também é uma grata surpresa que mescla arte clássica e linguagem contemporânea.

                   
Esquerda: FABIANO ROCHA - Adão - Óleo sobre tela - 100 x 80 - R$ 1500,00
Direita: FABIANO ROCHA - Eva - Óleo sobre tela - 100 x 80 - R$ 1500,00

                                  
Esquerda: MARCELO COELHO - Uma pose - Lápis sobre papel - 30 x 21 - R$ 300,00
Direita: MARCELO COELHO - Einstein - Lápis sobre papel - 30 x 21 - R$ 300,00

SIMONE QUINTÃO - Paisagem em vermelho 1, 2 e 3 - Monotipia - 40 x 40 - R$ 600,00 cada

GRASIELLE CRISTINA: Detalhes de São João e Portal
Monotipia - 55,5 x 43,4

LUIZ FERNANDO RODRIGUES - Prisões, Anata Midori Made DesrueInesquecível
Xilogravura - 76 x 43, 43 x 76 e 45,5 x 54

GONZALO CÁRCAMO - Caricatura de José Rosário
Lápis sobre papel - 18 x 11 - 2012

REGINALDO BORGES - O jogador
Lápis sobre papel - 20 x 30 - R$ 220,00

REGINALDO BORGES - Pensador na multidão
Lápis sobre papel - 30 x 20 - R$ 220,00

O desenho também está representado com obras de Marcelo Coelho, Reginaldo Borges e Gonzalo Cárcamo, além de algumas monotipias de Simone Quintão e  Grasielle Cristina, e xilogravuras de Luiz Fernando Rodrigues.
Naturezas mortas, temas sempre constantes na história da arte, também estão representadas no evento, com composições realistas e contemporâneas, representadas por Fátima Santos, Rose Assunção, Afonso Marcelino, Marcel Araújo e Marcellino Ribeiro.


MARCEL ARAÚJO - Flores - Acrílica sobre tela - 80 x 160 - R$ 800,00

Esquerda: AFONSO MARCELINO - Cesto com frutas - 50 x 70 - R$ 800,00

FÁTIMA SANTOS - Armário 1 e 2 - Óleo sobre painel - 80 x 60

ROSE ASSUNÇÃO - Flores 1 e 2 - Óleo sobre tela 80 x 80 - R$ 700,00 cada


MARCELLINO RIBEIRO - Papoulas exóticas - Óleo sobre painel - 80 x 130

Apresentando esculturas, estão os artistas Ângela Ataíde e Paulo de Fariah.


ÂNGELA ATAÍDE - Esculturas

PAULO DE FARIAH - Esculturas

Por muitas décadas, no passado, o modernismo deu o direcionamento à arte brasileira e até hoje é possível reconhecer a sua influência em diversos trabalhos, como o que é percebido nas obras de Márcio Domingues, Antônia Lúcia e Izabel Pariz. Influência que atinge escolas da Pop Art e que também ganha adeptos em nossa época. Representando esse segmento, temos os trabalhos de Du Ramos, Valdonês Ribeiro e Marcos Anthony.


IZABEL PARIZ - Série Africanos 1 e Série Africanos 2
Óleo sobre tela - 70 x 100 x 50 x 50 - R$ 950,00 e R$ 800,00

MÁRCIO DOMINGUES - Mulher e flores
Óleo sobre tela - 80 x 60 - R$ 800,00

                                           
MÁRCIO DOMINGUES - Colheita de laranja 1 e 2
Óleo sobre tela - 60 x 40 - R$ 600,00 cada

DU RAMOS - Inspiração musical e Santa aviação
Acrílica sobre painel - 50 x 50 e 50 x 60
R$ 320,00 e R$ 550,00

DU RAMOS - Curvas de Niemeyer - Acrílica sobre tela - 60 x 100 - R$ 840,00

VALDONÊS - Elegância - Acrílica sobre tela - 80 x 140 - R$ 2690,00

VALDONÊS - Abstrato e Agricultor
Óleo sobre tela - 55 x 155 - R$ 2590,00 cada

ANTÔNIA LÚCIA - Guerra dos Emboabas
Mista sobre papel - 44 x 33 - Acervo particular

MARCOS ANTHONY - São José, Três mulheres e Mulher sentada
Acrílica sobre painel - 100 x 80 - 78 x 22 - 100 x 80
R$ 1350,00, R$ 1700,00 e R$ 1700,00

A Arte Contemporânea tem uma representação significativa nesse evento, com presenças de movimentos bem variados. Dodô 153 e Vyrus encabeçam os representantes da Street Art, trazendo para as telas elementos do graffiti. Guilherme Cordeiro mostra um grande tríptico com anagramas e símbolos executados minuciosamente em acrílica, que remetem àqueles pequenos desenhos que fazemos absortos em uma ligação telefônica. No campo abstrato, representações feitas por Marcel Araújo, Romeu Célio e Marcellino Ribeiro e uma grande escultura/objeto feita com parceria dos artistas Fernand Lodi e Rafael Cabral. Rafael Cabral, aliás, também apresenta uma série de esculturas que se inter-relacionam. Cícero Miranda também expõe 3 objetos que se comunicam entre si e permitem uma interação do público visitante.


ROMEU CÉLIO - Suburbano
Mista sobre tela - 60 x 50 - R$ 500,00

ROMEU CÉLIO - Labirinto e Sem título
Acrílica sobre tela - 80 x 100 - 50 x 40 - R$ 600,00 e R$ 300,00

GUILHERME CORDEIRO - Tríptico
Acrílica sobre painel - 130 x 250 - R$ 2500,00

                                                 
VYRUS - Despois do lago, Sem título e Tarde de sonhos
Mista sobre tela - 70 x 70
R$ 600,00, R$ 300,00 e R$ 750,00

DODÔ153 - A boca fala do que o coração está cheio - Mista sobre tela - 60 x 60 - R$ 400,00

DODÔ 153 - O desejo fala mais alto e Ilusão
Mista sobre tela - 70 x 70
R$ 800,00 e R$ 700,00

MARCELLINO RIBEIRO - Se todos fossem iguais a você
(Homenagem a Vinícius de Morais) - díptico
Mista sobre painel - 130 x 140

RAFAEL CABRAL - Sacro Santo
Esculturas e objetos

FERNAND LODI - Memórias trágicas
Mista/Escultura

CÍCERO MIRANDA - Livro 1, 2 e 3 - Série poética do cotidiano
Bordado em fios de cobre sobre tetra pak - 13 x 11
R$ 2000,00 cada

MARCEL ARAÚJO - Abstrato
Óleo sobre tela - 90 x 140 - R$ 800,00

MARCEL ARAÚJO - Abstrato
Acrílica sobre tela - 80 x 150 - R4 800,00

Sansão Pereira foi escolhido para ser o artista homenageado do evento. Nascido no estado do Acre e residindo há décadas no Rio de Janeiro, é provavelmente um dos mais experientes artistas vivos do país, com 94 anos de idade e cerca de 30 mil obras catalogadas. Quatro trabalhos seus fazem parte da exposição.


Marilene de Lucca em homenagem ao artista Sansão Pereira.

SANSÃO PEREIRA - Casario - Óleo sobre tela - 80 x 100 - R$ 1000,00

                       
SANSÃO PEREIRA - Barcos e Casario 2
Óleo sobre tela - 100 x 80 - R$ 1000,00 cada

SANSÃO PEREIRA - Flores - Óleo sobre tela - 80 x 100 - R$ 1000,00

A Exposição Olhares Diversos é um alento para um grande grupo de artistas, que encontra nesse momento uma ótima oportunidade, não só de mostrar os seus trabalhos, mas também de se conhecer e de se integrar. E que essa iniciativa possa contagiar e incentivar muitos outros eventos Brasil afora, permitindo com que cada um contribua com a arte desse país e com a promoção da cultura de nosso povo.


HORÁRIO PARA VISITAÇÃO:
Segunda à sexta - de 10:00 h às 12 h e de 13:30 às 17 h.



UM NOVO TEMPO

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EUGÈNE DELACROIX - A liberdade guiando o povo
Óleo sobre tela - 260 x 325 - Museu do Louvre, Paris

Aconteceu há tanto tempo, mais parece que foi ontem...


Não poderia estar indiferente a tudo que está acontecendo, nesse momento, em meu país. Sou contemporâneo dessa geração que desperta e clama por um novo tempo. Mesmo morando longe dos grandes centros, onde as forças são maiores e os gritos são ouvidos com mais intensidade. Daqui, mesmo distante, quero deixar minha parcela de indignação e de clamor por dias melhores.
Todas as mudanças começam primeiramente em nós. As verdadeiras mudanças do mundo só serão concretas à partir das verdadeiras mudanças que se processarem dentro de nós. Felizmente há um grande grupo (a maioria) com ótimas intenções para que esse país realmente desperte para a sua vocação natural de ser grande. Infelizmente há uma minoria que aproveita da situação, para ir na contramão do que sonham os que querem bem. São pessoas que, infelizmente já nasceram na contramão da vida.
Que esse novo tempo desperte mesmo algo bom em todos nós. Que os nossos líderes se conscientizem que já não controlam uma massa qualquer. Que todos nós possamos contribuir com aquilo que podemos oferecer de melhor. Muitos aprendizados são conquistados com duras lições. Toda geração lutadora permite dias melhores às gerações futuras.
Nada melhor para encerrar esse texto do que a poesia de Ivan Lins. Que ela inspire a todos nós, ainda mais:


NOVO TEMPO
(Ivan Lins)

No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança.


No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça.



RUBENS SANTORO

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RUBENS SANTORO - O Grande Canal em Veneza - Óleo sobre tela

RUBENS SANTORO - Capri, Itália - Óleo sobre tela - 44,3 x 63

Um dos termômetros de que se abre uma boa caminhada pelo mundo dos artes, é quando o trabalho de um iniciante é adquirido por outro artista consagrado, como é o que aconteceu com Rubens Santoro, logo com a apresentação de A menina rindo, obra adquirida por ninguém menos que Domenico Morelli, uma das figuras mais notórias da cena artística de seu período, um pintor muito respeitado, formado pela Academia Real de Belas Artes de Nápoles. O cartão de visitas muito bem feito por Morelli, também foi decisivo para que Santoro logo se entrosasse com outros influentes artistas da época. Antônio Mancini, com quem teve uma estreita amizade, foi quem lhe apresentou o importante pintor espanhol Mariano Fortuny, em 1877, quem lhe traria uma grande colaboração e influência. Um outro artista muito influente da época, Jules-Adolphe Goupil, viria a adquirir outras importantes telas suas, com cenas tomadas de praças em Nápoles.

RUBENS SANTORO - Santa Maria del Rosario - Óleo sobre tela - 29 x 39,5

RUBENS SANTORO - Mulheres ao lado de um canal veneziano
Óleo sobre tela - 39,5 x 30

RUBENS SANTORO - Gondoleiros em frente ao Palazzo Cavalli-Franchetti
Óleo sobre tela - 51 x 37

Necessariamente como acontecia com todo artista de sua época, que desejava refinar o conhecimento artístico, logo que conclui o curso da Academia de Nápoles, Santoro parte para Paris, em 1880. A estadia na cidade-luz refina bastante sua pintura, principalmente o seu colorido. Logo é um artista cobiçado por colecionadores de Londres e principalmente de Paris. Pouco tempo depois, faz aquilo que era o seu maior sonho, desde que deixara a Itália para estudar na França: regressar à Veneza e lá se tornar um morador e artista ativo. Instala sua moradia e ateliê no Grande Canal de Veneza, local que eternizaria em diversas obras e que fariam dele uma marca registrada. Santoro é o grande poeta das cores de Veneza, soube como ninguém, interpretar suas diversas nuances, climas e atmosferas, sempre com uma luz intensa e efeitos nunca mais conseguidos por nenhum outro artista. Ele não morava simplesmente na cidade, ele a vivia e a sentia como nenhum outro. Também viajou por diversas regiões do sul da Europa, mas encontrava maior inspiração mesmo em território italiano, dedicando grande parte de sua produção às cenas de Nápoles, Turim e Roma, além de Veneza, é claro.

RUBENS SANTORO - Canal de Veneza - Óleo sobre tela - 41 x 32,5

RUBENS SANTORO - Santa Maria della Visitacione e Santa Maria del Rosario
Óleo sobre tela

RUBENS SANTORO - Gôndola em um canal de Veneza- Óleo sobre tela - 44,5 x 27

Dedicado ao extremo, também se especializou na pintura de retratos, que lhe permitiu viver uma vida mais reclusa nos últimos anos de carreira. Foi o pintor preferido de muitos governantes da época, inclusive do rei Vittorio Emanuele III, que o nomeou Grande Oficial da Coroa da Itália.

Nasceu em Mangrassano, em 1859 e faleceu em Nápoles, em janeiro de 1942.

RUBENS SANTORO - Uma sesta a luz do sol - Óleo sobre tela - 35,5 x 61,9 - 1878

RUBENS SANTORO
Um canal veneziano com a Scuola di San Marco e Campo San Giovanni e Paolo
Óleo sobre tela - 48 x 37

RUBENS SANTORO - Tecelãs em Nápoles - Óleo sobre tela - 67,5 x 54,1 - 1878

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