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MANUEL HENRIQUE PINTO

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MANUEL HENRIQUE PINTO em retrato
executado por Malhoa.

A história se faz, principalmente, pelo registro incansável daqueles que buscam, a posteriori, selecionar e organizar os dados que venham mostrar às gerações seguintes, o retrato mais provável do passado. Essa luta, feita com o maior prazer por aqueles que debruçam suas vidas em infindáveis buscas, é tudo aquilo que forma as informações que temos do mundo, do homem e da sua trajetória pelo tempo. Há tempos venho acompanhando a busca de Luís Borges da Gama e sua incansável e competente tarefa de nos trazer à tona a trajetória de um dos mais importantes pintores do Naturalismo Português: Manuel Henrique Pinto. Bisneto de M. H. Pinto, Luís Borges faz com muita competência, aquilo que todos devíamos nos propor, resgatar os dados de vida daqueles que, de alguma forma, contribuíram para episódios importantes da história. E não é fácil “tecer” uma história confiável de tempos passados, quando só nos restam “retalhos” desconexos e escassos.


MANUEL HENRIQUE PINTO - Estudo para esfolhando o milho, detalhe

Hoje é o centenário de morte de Manuel Henrique Pinto, e graças ao Luís Borges, uma série de atividades vêm nos lembrar desse artista português tão importante. Uma das mais louváveis iniciativas é a inauguração, no dia 29 desse mês, de uma exposição com desenhos inéditos, realizados por Manuel Henrique Pinto e Malhoa, no Clube Figueiroense, no município de Figueiró dos Vinhos, em Portugal. Exposição que se estenderá até o dia 11 de novembro desse ano. “A Duas Mãos”, título da mostra, traz 18 trabalhos realizados principalmente no período em que os dois artistas conviveram em Figueiró dos Vinhos.

MANUEL HENRIQUE PINTO - Entre o milharal
Óleo sobre tela - 135 x 94 - Museu Costa Pinto, Salvador, BA

Manuel Henrique Pinto nasceu em Cacilhas, em 1853 e faleceu em Figueiró dos Vinhos, no ano de 1912. Pintor pertencente ao primeiro time do Naturalismo Português, movimento que já foi citado em matéria anteriormente e que será indicado logo ao fim da matéria como complemento. Teve como mestres, na Academia de Lisboa, os artistas Joaquim Gregório Prieto, Tomás José da Anunciação e José Simões de Almeida Júnior.

MANUEL HENRIQUE PINTO - O almoço
Óleo sobre tela

MANUEL HENRIQUE PINTO - Convento de Figueiró dos Vinhos
Óleo sobre tela - 24 x 37

Tem uma trajetória regular, com sua primeira exposição inaugurada em 1874, na 10ª Exposição da Sociedade Promotora de Belas Artes, onde participa com três paisagens. Entre participações não muito bem sucedidas em concursos para pensionistas, fornecidos pelo Estado, dedica-se principalmente à restauração de pinturas antigas. Entre 1881 e 1889, participa de todas as exposições com o Grupo do Leão, uma assiduidade que não será compartilhada por todos do grupo, dando a Manuel Henrique Pinto um certo destaque dentro do movimento. M. H. Pinto foi muito bem retratado na célebre tela que Columbano fez do grupo. É ainda jovem, representado na cabeceira da mesa.

MANUEL HENRIQUE PINTO - Pescadores do Nabão
Óleo sobre madeira - 54 x 38 - 1903

MANUEL HENRIQUE PINTO - Convento de Figueiró dos Vinhos - Óleo sobre tela - 1905

Teve uma vida artística bem prolífica, com produção variada e bem representativa. Participou de diversas exposições em toda sua trajetória, tanto no seu país de origem como em outras nações, com destaques para exposições em Paris, Madri e Berlim. Também foi professor de desenho industrial, uma função criada por decreto. Teve, enfim, uma vida dedicada àquilo que mais gostava de fazer.

MANUEL HENRIQUE PINTO - A saída do rebanho
Óleo sobre madeira - 40,5 x 31,6 - Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

Deixo os meus cumprimentos ao amigo Luís Borges, pelo resgate sistemático e contínuo que vem fazendo da trajetória de Manuel Henrique Pinto, e socializando, de uma maneira louvável, todos os dados que tem recolhido nesses anos de busca. Desejo que possa reunir o maior número de dados possível e assim confirmar aquela máxima que todos já conhecemos muito bem: “um homem só é eterno quando o seu trabalho permanece”.

MANUEL HENRIQUE PINTO - O amanho das abóboras - Óleo sobre tela - 49 x 74

PARA SABER MAIS:


POR DENTRO DE UMA OBRA - Túlio Dias

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TÚLIO DIAS - Paisagem com vaca e bezerro - Óleo sobre tela - 90 x 150 - 2011

Muitas composições de Túlio Dias nascem da junção de várias fontes de informação, caso da cena acima, que foi formada à partir da compilação de várias imagens. Algumas de fontes próprias, outras recolhidas pela navegação na rede. O resultado é sempre uma cena fictícia, mas que remete a inúmeros lugares de Minas Gerais, principalmente das regiões montanhosas do centro/sul do estado.
A paleta é característica do artista, com verdes bem luminosos e muito zelo no trabalho dos detalhes. Fica sempre a sensação de já se ter passado por um lugar assim, depois de qualquer curva...

PALETA DE CORES:
. Branco de titânio
. Amarelo de Nápoles
. Amarelo de cromo claro
. Amarelo indiano
. Vermelho de cádmio
. Verde esmeralda
. Vderde veronese
. Azul ftalo
. Sépia
. Marrom Van Dick
. Azul ultramar
. Carmim







COMPONDO COM A EMOÇÃO

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ALFREDO RODRIGUEZ - A rosa amarela - Óleo sobre tela - 24 x 12
Alfredo faz um trocadilho com a expressão "rosa amarela". Uma menina bem loira segura uma flor, formando um par perfeito para sua composição. Ficamos em dúvida de quem seja a rosa em destaque. Ele realça tudo isso colocando as duas imagens contra um fundo com cores complementares, criando mais contraste e consequentemente provocando um impacto muito maior ao observador. Alterar a realidade e fazer uso da composição usando a criatividade é uma das maiores conquistas deixadas pela arte moderna.

Provavelmente uma das maiores conquistas da pintura moderna é a liberdade que o artista conquistou para poder expressar os seus trabalhos. Mais importante que a veracidade ao tema abordado, a emoção passou a ser o combustível para melhor compor aquilo desejado. Para a pintura, em especial, expressar aquilo que se sente e que o mundo oferece como oportunidade de expressão, tornou-se um dos aspectos mais gratificantes para se realizar algo. E como na pintura a cor é que comanda a atmosfera do trabalho, nada melhor que saber utilizar de todos os recursos possíveis para que a emoção que se deseja para uma composição, seja a emoção que será despertada em um observador futuro. Fugir um pouco da fonte de inspiração que está a sua frente e imprimir na sua composição as cores que vem de sua emoção trazem infinitas possibilidades para que o artista possa desenvolver um trabalho único e compensador.


ALEXANDER SAIDOFF - A bela adormecida - Óleo sobre tela - 91,44 x 121,92
O clima de mistério e tensão foram provocados nessa composição com muita maestria. Ao colocar uma figura em cores quentes contra um fundo em tons bem frios, Saidoff nos convida a focar a atenção em seu ponto principal da obra, a jovem deitada sobre a grama, prestes a cair sobre em um lago. É um artista que usa e abusa do realismo para fazer uma arte que nos leva para além da realidade, criando cenas cheias de simbolismos e misticismos.

É bom ter em mente que, mesmo se permitindo liberdade para expressar aquilo que se sente, é necessário não se esquecer que o trabalho ainda precisa conservar uma certa estrutura cromática. As cores não poder ser simplesmente jogadas na tela e não apresentarem coerência entre si.


PETER BERUZKOV - Estudo de verão - Óleo sobre cartão - 20 x 25 - 2010

Em cima e abaixo, duas demonstrações de como composições bem distintas expressam muito bem sobre o mesmo tema, o verão. Os dois artistas, impressionistas por natureza, conseguem uma forte carga emotiva em seus trabalhos. Beruzkov faz uma leitura quase expressionista em uma rápida abordagem do tema. Em seu trabalho, o que importa é o movimento, a captação de um breve momento de alguém que pinta ao ar livre. Metcalf, mesmo com uma leitura um pouco mais próxima da realidade, ainda assim, valoriza alguns elementos com as cores que vem de sua emoção.

WILLARD METCALF - Fim do verão - Óleo sobre tela

As cores podem beneficiar ou prejudicar uma composição, podem criar interesse ou fazer com ele se perca. Exemplo: Quer um clima quente de verão? Observe aquilo que está à sua frente, sinta como se estivesse dentro da cena e viva a sua composição. Sinta o calor das cores de um dia assim, da luz que é irradiada com facilidade e dos movimentos que uma cena assim oferece. Interprete tudo isso, mas preste bastante atenção na composição, no uso das cores complementares, nos contrastes fortes que um dia assim sugere e na força do colorido, sem abrir mão da coerência entre essas cores.


CYRUS AFSARY - Trilha da lua - Óleo sobre tela - 50,8 x 76,2
O conceito que temos de uma noite é de um lugar sombrio, com tons bem escuros, frios, no qual quase nada pode se ver. Cyrus nos mostra uma noite diferente, a sua noite, prateada, com uma lua que esbanja muita luz e domina toda a composição. Ao contrário de nossa noite imaginária, sua cena é quente e nos remete a um mundo de sonho no qual ele havia se sentido.

PORTINARI - Família de Retirantes - Óleo sobre tela
Em Portinari, nem as formas e nem as cores condizem em quase nada com a realidade. O que ele faz é nos prender com a maior atenção ao sofrimento de seus personagens, realçado nas feições dramáticas e reforçado por cores que não nos deixam sair dali. As figuras, pintadas em tons neutros, parecem aprisionadas num mundo quente e causticante.

DALE TERBUSH - Retorno do Éden - Óleo sobre tela
Como o próprio nome do trabalho sugere, sentimos estar em um paraíso. Dificilmente iremos encontrar uma cena assim na natureza, com cores tão milimetricamente compostas e com um cenário tão ideal. Usar dos recursos técnicos e da emoção é a chave para se conseguir uma composição de sucesso.

Muitas cenas, se forem reproduzidas fielmente a uma fotografia ou até mesmo quando estão sendo observadas, não causariam o impacto que nos provocam ao serem concluídas numa pintura, se os artistas não emprestassem a elas a sua emoção, sua maneira única e intransferível de ver o mundo e que fazem da arte esse canal de possibilidades que nunca se extingue.
Não custa relembrar uma célebre frase de Drumond: "A gente põe nas coisas as cores que tem por dentro".

ARI VICENTINI

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ARI VICENTINI - Aurora - Acrílica sobre tela - 100 x 100

ARI VICENTINI - Noite - Acrílica sobre tela - 100 x 100

O ecletismo é uma virtude que permeia a vida de muitos artistas e que já esteve presente na vida de tantos outros mestres que cunharam a história da arte até aqui. Que não me deixem mentir Picasso, Klint, Michelangelo e Dali (gênios incontestáveis), que souberam usar das mais diversas linguagens para colocar em prática aquilo que seus desejos ordenavam. É essa a característica mais marcante na arte de Ari Vicentini, esse paranaense que nasceu em Maringá, em 1967, e que ainda cedo se transferiu para Curitiba. Fez muito bem o ar dessa cidade que está a quase mil metros do nível do mar, trouxe poesia e audácia para quem deseja estar nas alturas.


ARI VICENTINI - Sem título - Acrílica sobre tela - 120 x 120

ARI VICENTINI - Sem título - Óleo sobre tela - 100 x 150

A convivência com uma inspiração de todas as escalas, que é marca dessa cidade-modelo, tornou-se uma referência inevitável aos trabalhos de Vicentini. Na sua variada produção há coragem, audácia, determinação e um desejo constante de não se prender a velhas fórmulas. Definitivamente é um artista que está no endereço certo.


ARI VICENTINI - Itapoã
Acrílica sobre tela - 105 x 75

ARI VICENTINI - Pedras e Espumas no Entardecer
Acrílica sobre tela -  105 x 75

Deixo abaixo um pouco da fala do próprio artista:
Minha formação é de autodidata. Aprendi através de livros e copiando grandes mestres da pintura, como Rubens, Hals, Bouguereau, entre outros. Possuo atelier próprio desde 1989, onde pinto, ministro aulas de desenho e pintura, além de trabalhar também como ilustrador e caricaturista. Participo de salões de arte desde 1983. Em 1985 ganhei meu primeiro prêmio. Desde então tenho participado de mais de 60 exposições, dentre elas, cerca de 11 individuais. A grande maioria destas exposições foi realizada em Curitiba, poucas fora do estado, dentre elas a SABBART deste ano, na qual entrei com um autorretrato. Atualmente estou cursando filosofia, faltando cerca de um ano para completar o curso”.


ARI VICENTINI - Retrato de Vanessa em Fogo e Gelo
Óleo sobre tela - Acervo particular

ARI VICENTINI - Retrato Mistico de Amanda
Óleo sobre tela -  105 x 75

Ilustração e caricatura fazem parte do lado mais comercial de minhas atividades. Assim, tendo um trabalho mais comercial à parte do artístico, reservo à pintura o lado exclusivamente artístico do que faço. Isto me dá liberdade para arriscar e experimentar à vontade, desenvolvendo pesquisas formais que ampliam as possibilidades de criação. Sempre percebi o quanto a preocupação excessiva com o lado comercial faz com que artistas talentosos “construam” uma linguagem que satisfaça antes comercialmente do que artisticamente, muitas vezes prejudicando seu desenvolvimento como artista. Encaro a pintura como um “espaço” de liberdade absoluta, por isso nunca senti necessidade de me ater a apenas uma temática, a um único estilo, às mesmas cores, ao mesmo ritmo de pinceladas. É claro que esta opção oferece um risco, que é o de se cair em um experimentalismo vazio e quantitativo, num trabalho sem personalidade e sem a profundidade que a perseverança num só estilo aparentemente pode oferecer. Aparentemente, sim, já que esta fixação somente num estilo e a procura por “uma” linguagem pessoal corre, por outro lado, o risco de ser apenas a expressão de uma comodidade criativa e preocupação excessiva com valores comerciais”.


ARI VICENTINI - Elvis
Óleo sobre tela 30 x 40

ARI VICENTINI - Juliana - Óleo sobre tela -  60 x 60

Como resultado deste modo de encarar a produção artística,  a linguagem de meu trabalho varia. Na pintura abstrata, desde uma geometrização total até a ausência total de formas definidas. Na pintura de paisagem, desde um realismo quase hiper-realista até um estilo mais impressionista. Do retrato realista até uma mistura inusitada de figuras humanas interpenetradas com formas puramente abstratas. Ou ainda pinturas figurativas num estilo mais contemporâneo, onde há uma espécie de “subversão” de características tradicionais ou acadêmicas”.


ARI VICENTINI - Limiar urbano - Óleo sobre tela -  105 x 225

ARI VICENTINI - MOB - Óleo sobre tela -  75 x 315


Assim como Curitiba, uma cidade com uma dualidade latente, que não nega as origens de cidade de interior e ao mesmo tempo se lança como modelo de uma melhor possibilidade futura, os trabalhos de Vicentini também seguem em dupla via: uma que fala de um artista que não nega raízes e respeita métodos e técnicas, e outra que fala de um artista no sentindo mais ideal da palavra, que está sempre aberto a novas possibilidades para criação.


ARI VICENTINI - Autorretrato
Acrílica sobre tela - 30 x 40

PARA SABER MAIS:

POR DENTRO DE UMA OBRA: Florêncio

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FLORÊNCIO - Espigas e vasilhas - Óleo sobre tela - 60 x 80 - Acervo particular

Tenho esse quadro há mais de um ano. Vários fatores fazem com que ele tenha um lugar especial em minha coleção.
Sempre vivi numa cidade de interior, de modo que até bem pouco tempo, tinha um contato muito grande com a vida rural propriamente dita. Gostava de ver o dia de chegada da colheita de milho, era quase que um acontecimento. Dos animais carregando grandes balaios e deixando o terreiro cheio de montes de espigas. Separar as espigas menores, definir o que ia para o paiol e o que faria parte do monte de palhas. Ficava me perguntando como as espigas se formam com tanta precisão, num alinhamento quase geométrico. Aí, encontrava alguns sabugos incompletos, com alguns grãos meio que sorteados ali por acaso. As palhas também tinham várias cores, umas amarelas, outras roxas, avermelhadas e brancas de doer. Meu pai tinha uma felicidade sem medida quando os tropeiros descarregavam o produto de tanta luta. Felicidade que aumentava ainda mais com a visão dos balaios transbordando por todos os cantos do paiol.
Florêncio, o autor da obra, é um dos mais competentes pintores de naturezas mortas do país. Mineiro de Sete Lagoas, pinta Minas em todas as suas composições. Vai deixando pela vida, nas suas muitas imagens, obras que ressuscitam lembranças e saudades.







UM NOVO TRABALHO

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JOSÉ ROSÁRIO - Um trecho do Ribeirão Mumbaça em Dionísio 
Óleo sobre tela - 75 x 100 - 2012

Quanto lugar fantástico há ainda por descobrir aqui em minha terra!
À medida que subimos em direção à nascente do Ribeirão Mumbaça, o terreno vai se tornando ainda mais acidentado, propiciando uma infinidade de curvas e pequenas e belas cascatas. Pequenos poços, árvores frondosas e lugares de onde não dá vontade de sair.
Praticamente não alterei quase nada para a composição dessa cena, como podem ver na foto de referência do local. Alguns ajustes no formato e no enquadramento, mas sempre preservando a estrutura do lugar, que definitivamente não precisa de retoques.

Fotografia de referência do local.







TIM COX

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TIM COX - Trilha do por do sol - Óleo sobre tela

TIM COX - Matando a sede - Óleo sobre tela

A clássica representação do cowboy americano em sua vida diária está ligada diretamente a toda produção de Tim Cox. O contato do vaqueiro americano com seu ambiente e sua lida, nos remete há algumas várias décadas, quando tudo começou. Muitos artesões europeus, desempregados com a industrialização do início do século XIX, acabaram migrando para os Estados Unidos. Vinham principalmente da Alemanha, Irlanda e Inglaterra, e provocaram um verdadeiro boom demográfico nas terras americanas, incentivando à conquista do oeste americano, terras ainda não muito exploradas pelos colonizadores. Inicialmente iam à procura de terras para cultivo, mas acabaram conquistando a região, com mais veemência, graças à descoberta de ouro na Califórnia, em 1848. Já em 1829, aconstrução de ferrovias já se fazia presente, de modo que em 1890, uma linha férrea já fazia a ligação da costa atlântica à costa pacífica. Nesse ambiente, o vaqueiro teve uma importância considerável. E sem esquecer dessa memória, Tim Cox desenvolve quase toda sua produção em cima dessa temática, que é um símbolo do meio-oeste americano.

TIM COX - Empinando - Óleo sobre tela

TIM COX - Domando - Óleo sobre tela

TIM COX - Melhor do que ouro - Óleo sobre tela

Tim Cox pinta o que vê, mas principalmente o que seu aprendizado lhe apreendeu disso. A rotina de seus muitos cowboys nos relatam um dia de trabalho duro, animais em seu descanso merecido, paisagens abertas e cenas monumentais, com céus nebulosos e desafiadores. Em sua obra é possível perceber um corte inusitado, com movimentos muito bem equilibrados e um colorido que intensifica, ainda mais, tudo que foi dito acima.

TIM COX - O caminho menos percorrido - Óleo sobre tela

TIM COX - Coração e início - Óleo sobre tela

Nascido no estado do Arizona, em 1957, trabalha com sua temática preferida há cerca de 36 anos. Consome praticamente todo seu tempo com a pintura, mas não abre mão de passeios em diferentes fazendas de várias regiões, de onde busca toda a inspiração de suas obras.

TIM COX - Colhendo maçãs verdes - Óleo sobre tela

TIM COX - Cruzando o riacho - Óleo sobre tela

TIM COX - Os últimos raios do dia - Óleo sobre tela

É um artista altamente perfeccionista, que explora muito bem as cambiações exatas de cor, valor, perspectiva e desenho, compondo com muita propriedade a temática a que se sugeriu. Diria que é um verdadeiro representante do melhor estilo cowboy de se viver. Graças a isso, não é de se estranhar que seja um dos artistas americanos mais premiados e condecorados de sua geração.

TIM COX - Descansando da trilha - Óleo sobre tela

As obras de Tim Cox já se tornaram capa de mais de 300 revistas, além de uma infinidade de outras publicações, posters, documentários... Resultado de noites intermináveis, debruçadas sobre a produção de suas obras, nesta que é sua hora preferida para pintar. Um artista que descobriu cedo o seu caminho e não se desvencilhou dele, nunca. A nova conquista do oeste americano passa seguramente pelas suas mãos.

TIM COX - Na sombra - Óleo sobre tela

TIM COX - O rebanho - Óleo sobre tela

PARA SABER MAIS:

CHARLES OAK

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CHARLES OAK - Joana - Óleo sobre tela - 30 x 60

Tenho frisado, em matérias anteriores, sobre a versatilidade que é inerente à carreira de muitos artistas. Essa espécie de inquietude, que é um dom para muitos e que também se transforma num doce tormento, torna-se a gênese do que há de mais cobiçado no mundo da arte, a criatividade. É das adversidades e dos desafios do dia a dia, que nasce o artista irreverente e que se propõe estar sempre criando e buscando novas linguagens. Não é fácil conviver com mil ideias na cabeça, “trocando socos e pontapés” para ganhar vida em pincéis, canetas, lápis e toda forma de expressão. Uma inquietude que é nata dos jovens, que ainda não se deram ao conforto perigoso da maturidade de expressão, porque, como disse Picasso, “é na juventude que acontecem todas as revoluções”.
Charles Carvalho, que assina Charles Oak (muito próprio, por sinal), é um desses jovens talentos brasileiros que dá gosto de acompanhar. Fala a linguagem de seu tempo e a expressa com técnicas e sentimentos também de sua época. Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, reside atualmente na cidade de São Paulo. Deixo abaixo, um relato emocionante de sua carreira, narrado pelo próprio artista. Uma bela história sobre como tudo começou.

CHARLES OAK - Sem título - da Série Geisha Pop
Óleo sobre tela - 30 x 60

CHARLES OAK - Sem título
Óleo sobre tela - 30 x 60

Eu sou um artista autodidata, comecei a desenhar muito cedo, graças ao incentivo da minha mãe a essa prática. Pessoa maravilhosa, a quem devo tudo que consegui com a arte até hoje. Como ela não queria que eu e meu irmão ficássemos na rua, para evitar qualquer tipo de problema, trazia folhas e mais folhas, junto com canetinhas e réguas, para desenharmos. Então colávamos as folhas e desenhávamos, montando uma sequência com as folhas coladas, que atravessavam a casa toda. Era uma bagunça, mas ela adorava chegar e ver os desenhos. Por isso, tudo que tenho conquistado até hoje, com a arte, devo a ela.

CHARLES OAK - Entre azul - Óleo sobre tela - 60 x 30

Com o tempo, fui crescendo e aprendendo a necessidade e importância do estudo. Estive em algumas bibliotecas, onde conheci as obras de Stephen Rogers Pecke Andrew Loomis e fiquei maravilhado com o nível destes artistas. Esse foi o momento onde eu percebi que a arte tinha realmente entrado na minha vida. Decidi que seria dessa forma que passaria a viver, produzindo arte, já que na minha cabeça, eu precisava fazer algo que causasse aquele mesmo sentimento que tive quando abri os livros do Rogers Peck e Loomis. Daí veio a decisão de estudar mais a fundo, sempre por conta própria, pois não tinha uma condição financeira que me propiciava estudar arte.

CHARLES OAK - Tigrada - Óleo sobre tela - 40 x 20

Aos 16 anos fiz meu primeiro trabalho de publicidade, na época ganhei menos de 50 reais, voltei supercontente com o dinheiro no bolso. Lembro que meu  irmão gostava muito de Fliperama, cheguei em casa e o levei para jogar. Ao longo do tempo foram aparecendo mais e mais trabalhos de ilustrações para publicidade e comecei a trabalhar bastante com isso, consequentemente meu cachê aumentou também (rs).

CHARLES OAK - green lantern
HQ

CHARLES OAK - Sword and magic
HG

Depois de algum tempo, eu conheci um desenhista que estava tentando trabalhar com histórias em quadrinhos para aos Estados Unidos, Rodrigo Pereira, ele é um dos meus melhores amigos até hoje. Achei a ideia de trabalhar no mercado de HQs Americano muito louca e coloquei na minha cabeça que queria fazer isso também. Então conversando com o Rodrigo, ele disse que precisava ter um agente, alguém que falaria com as editoras. Era uma época que não tínhamos a Internet como hoje, as referências vinham pelo correio e, quando faltava alguma coisa, era enviada através do Fax.
O Rodrigo arranjou o tal agente e então decidi trabalhar com o mesmo que o Rodrigo trabalhava, fiz os testes que ele pediu e não demorou muito comecei a pegar alguns trabalhos no mercado americano. Ao mesmo tempo surgiram boas propostas aqui no mercado nacional de HQs e acabei saindo por um tempo do mercado internacional.

CHARLES OAK - Buffy Sample
HQ

CHARLES OAK - Sword and magic
HQ

Passados os trabalhos para o mercado nacional, voltei para o mercado americano, desta vez fiquei mais tempo, fazendo com que eu trabalhasse com grandes franquias, como: Wolverine, X-men, Batman, Red Sonja, entre outras. Fiquei mais de 10 anos trabalhando no mercado americano, através de um agente, aqui do Brasil.
Mas uma coisa me incomodava, toda vez que olhava minha carreira, eu sempre sentia que faltava alguma coisa, eu não sabia bem ao certo o que era... Até que comecei a pintar com tinta guache, para fazer alguns trabalhos pessoais.  Mesmo ficando horríveis, o ato de pintar me trazia paz e eu adorava fazer aquilo.

CHARLES OAK - Estudo em plein air
Óleo sobre tela - 30 x 40

CHARLES OAK - Estudo
Óleo sobre tela - 50 x 70

Eu queria pintar da forma tradicional. Então resolvi procurar uma escola, um lugar onde sentisse que pudesse atender as minhas necessidades. Foi muito tempo procurando, eu não achava ninguém que eu olhasse o trabalho e pensasse: “esse cara é muito bom!”. Fui deixando isso meio de lado, estava cansando de procurar e fui seguindo com o meu trabalho. Até que um dia encontrei um amigo, que mencionou uma professora, Petra, com quem aprendi muito do básico de cor... Acabei arrumando um trabalho onde tive de interromper as aulas, isso me fez parar de pintar de novo e durante um bom tempo!
Mas sempre estava lendo e estudando a respeito e li muito sobre as técnicas de tinta à óleo, então voltei depois de muitos meses na Petra . Ela me disse que não mexia com tinta óleo, mas indicou um artista, disse que o cara era bom, entendia muito de pintura.
Fui conhecer o tal artista que era, nada mais nada menos, que Alexandre Reider. Eu me lembro muito bem deste dia, porque minha forma de ver a pintura à óleo mudou. No dia em que fui visitar o estúdio, ele estava pintando um painel de mais de 7 metrosde largura, por 3 metrosde altura e eu pensei: “Esse cara não é bom, ele é um mestre!”
Neste dia tive o mesmo sentimento da biblioteca, fiquei super emocionado ao ver seu trabalho, afinal Reider é um artista fenomenal, mas de uma simplicidade e honestidade com as pessoas.
Saí do estúdio dizendo que faria pinturas em óleo e comecei a pintar. Com o início do curso, em pouco tempo, como não poderia ser diferente, eu percebi o potencial monstruoso que o Reider tem, aprendi muita coisa útil e fundamental sobre o óleo e tudo foi ficando muito claro pra mim, eu estava no lugar certo.

Abaixo: Série de trabalhos feitos em caneta esferográfica.

 

 

Hoje sou apaixonado por pintura a óleo, acho uma técnica fascinante... Só usando entendemos porque todos os grandes mestres a usavam com tanto afinco. Atualmente faço parte do Plein Air Studio, a convite do próprio Reider (dono e fundador do estúdio), lá dou aulas de desenho básico e também tenho meu espaço de trabalho, onde executo minhas pinturas.



Eu olho muita coisa, desde desenhos em HQs a obras de mestres renomados da pintura como Michelangelo, mas sem dúvida dois artistas me influenciaram muito: Norman Rockwell e Drew Struzan.
Sempre fui e sou apaixonado pela obra deles, apesar do meu trabalho não se parecer em nada à primeira vista. Mas sinto que tem algumas coisas semelhante sim. Um exemplo são as cores que o Drew usa, que eu tento sempre algo parecido no meu trabalho. 
Atualmente eu estou vendo muitos artistas que são totalmente diferentes entre sim, como: Jenny Saville, Jeremy Lipking.

CHARLES OAK - Sem título - Óleo sobre tela - 20 x 40

Leciono em dois espaços, um deles é o próprio Plein Air Studio e também na ArtAcademia que é uma escola especializada em animação 2D e 3D. Como é necessário um bom conhecimento de anatomia para uma boa animação, é aí que eu atuo, passando meus conhecimentos sobre essa área.
Eu adoro lecionar, porque ao mesmo tempo que ensino, aprendo muito também. A faixa etária  é em torno dos 15 a 25 anos, eles sempre estão atualizados com as novidades... Essa geração é muito mais ágil e voraz por informação. Assim acabo aprendendo muito com eles.
Estou sempre tentando dar um olhar mais contemporâneo em meus trabalhos. Gosto e “tento” usar o óleo de forma diferente. Como? Levando as pinturas mais para o lado das HQs, Ilustrações. Procuro cair para o lado mais vibrante das cores, gosto muito disso, de trabalhar o sentimento através das cores.
Eu gosto muito desta forma mais estilizada da figura humana, não gosto do trabalho muito hiper-realista ou fotográfico, eu respeito as regras de anatomia, mas sempre quero quebrar uma pontinha ali na imagem, para diferenciar da foto.


Vejo a Arte Figurativa hoje como um retorno dos verdadeiros artistas, afinal temos a capacidade de enxergar, interferir e brincar com a realidade.
Sempre estou testando misturas, materiais, formas de construção, para tentar conseguir um trabalho diferenciado e atual.
Eu ainda tenho um caminho muito grande a percorrer com a fine art, isso me move e me dá mais garra para executar e mostrar minhas obras.

PARA ACOMPANHAR:

ARTE EM MINAS: Um novo tempo

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JOÃO BOSCO CAMPOS - Paisagem com carro de boi - Óleo sobre tela
Mancha inicial, obra inacabada

João Bosco Campos foi o artista homenageado no primeiro
café com arte promovido pela Contemplo Galeria de Arte.

Artistas participantes do primeiro encontro, em tradicional foto nas escadarias da galeria.

A Contemplo Galeria de Arte dá um passo à frente no quesito incentivo à arte mineira e aos artistas que aqui produzem algo. No último sábado, dia 20, um café e bate-papo com a presença de diversos artistas mineiros do cenário atual, marcaram o que será um novo momento da arte figurativa em Minas Gerais. Esse movimento, que inicialmente tem a intenção de acontecer em um sábado a cada mês (ainda não definido o dia exato), visa resgatar o encontro entre os artistas desse estado, bem como integrar os movimentos que atuam e promovem a arte figurativa de Minas.
O artista homenageado nesse primeiro encontro foi João Bosco Campos, sobre o qual foi lançada a iniciativa de se produzir um livro sobre sua vida e obra, com narrativas dos artistas amigos que acompanharam sua carreira. João Bosco foi um dos expoentes da arte impressionista em Minas Gerais, oxalá um dos nomes mais respeitados da arte brasileira na atualidade. A cada encontro, um tema será escolhido para ser homenageado.
Artistas que estiveram presentes nesse primeiro evento: Hilton Costa, Mauro Ferreira, Luiz Armond, Rui de Paula, Sebastião Eduardo, Davi Jupira, Aroldo Paiva, Rubens Vargas, Batista Gariglio, Wagner Bottaro, Juçara Costta, Léo Brizola, Atacir Costa, Cecília Cunha, Maria Tereza Cunha, Márcia Valadares, Valmir Silva, Damasceno, Júlio Hubner, Daniel Rebouço, Júlio Alves e Vinícius Albuquerque. Infelizmente não pude estar presente, mas não perderei os próximos.
A Contemplo Galeria de Arte está localizada na Rua Barão de Macaúbas, 261, Bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte/MG.
Que a ideia produza bons frutos e que eles perdurem por um bom tempo! 





DOIS ARTISTAS BRASILEIROS

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Dois artistas brasileiros, nascidos em épocas distintas e com carreiras bem singulares, mas que representam as muitas boas novidades que vamos encontrando por esse país. Artistas com trabalhos já reconhecidos no meio artístico e crítico, mas ainda distantes do conhecimento do grande público. Que essa presente matéria nos brinde com a alegria desses dois encontros.


JAYME CAVALCANTE

JAYME CAVALCANTE - Marinha - Óleo sobre tela - 28 x 42

Jayme Cavalcante nasceu a 8 de julho de 1938, em Salvador e foi um dos fundadores do Núcleo de Arte Fluminense - NAF, em 1969. Teve sua formação artística orientada para a pintura ao ar livre, com os professores J. Carvalho, Jair Picado e Aluízio Valle. No início da década de 1980, exerceu a função de consultor especializado em sistemas de apoio operacional para conservação e restauração, nas mostras História da Pintura Brasileira no Século XIX e Seis Décadas de Arte Moderna na Coleção Roberto Marinho.
Jayme Cavalcante mora em Niterói e também participa de um grupo de artistas plásticos chamados "Pintores da Beira do Cais", que têm a experiência de pintar ao ar livre, em locais públicos como praias e ilhas, um estilo de produção típico do século XIX. É exatamente com essa temática que ele nos alcança de uma maneira arrebatadora, compondo e executando suas marinhas como se fizesse disso um sacramento.
Dentre as inúmeras exposições individuais de Jayme Cavalcante, destacam-se as realizadas no Espaço Cultural Novotel, Niterói, 1979; na Galeria Borghese - RJ, 1980; no Espaço Cultural Moviarte - RJ, 1991; no Saguão Cultural Bolsa do Rio - RJ, 1994 e no Museu Antonio Parreiras, Niterói, 1995.

JAYME CAVALCANTE - Vista de praia em Niterói- Óleo sobre tela - 37 x 75

Participou de diversas exposições coletiva, dentre as quais a Moderne Brasilianische Kunst, Hanover - Alemanha, 1980; Galeria do Campo, Niterói, 1981; William Doyle Galleries - Nova York, 1985; Galeria Ranulpho - SP, 1987 e 1988; Moviarte, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1991; Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, Niterói, 1994 e Museu do Ingá, Niterói, 1995.
Sua pintura tem merecido diversos prêmios em salões de arte, dentre eles Medalha de Ouro na 1a. Coletiva de Pintura do NAF, Niterói, 1969; Medalha de Prata no 1o. Salão Niteroiense de Pintura, 1970; Medalha de Bronze em Pintura no 76o. Salão Nacional de Belas Artes - RJ, 1971; Medalha de Bronze em Desenho no 81o. Salão Nacional de Belas Artes - RJ, 1976; Medalha de Bronze da Sociedade Acadêmica Phoenix Naval - RJ, 1976 e Medalha de Ouro no 1o. Salão Oswaldo Teixeira, Petrópolis, 1982.
Sua obra está citada em várias publicações, entre as quais La cote de peintres, de Akoun - Paris, 1994; Artes plásticas Brasil 92, de Júlio Louzada - SP, 1992; Dicionário de pintores do Brasil, de João Medeiros - RJ, 1988 e Dicionário brasileiro de artistas plásticos, de Carlos Cavalcanti - Brasília, 1973. Além disso, a pintura de Jayme Cavalcante integra as coleções da Câmara Municipal de Sabrosa, Portugal; da Prefeitura Municipal de Campos do Jordão, SP.
Seguem dois documentários sobre Jayme Cavalcante. Imperdíveis!




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S.QUIMAS

S. QUIMAS - Renascimento, amanhecer no pinheiral - Óleo sobre tela - 46 x 61

— O que você quer de presente de aniversário? — perguntou a mãe, curiosa.
— Quero duas caixas de aquarela, um jogo de pincéis e papel grande. Vou ser um artista. — disse o menino de 10 anos de idade de modo resoluto.

Essa cena se passou bem no início dos anos 70, época em que a ditadura militar se firmava no Brasil com rigor extremo, época também dos “bichos-grilos”, da geração hippie, herdeira de Woodstock, do ideal da paz e amor.
O menino, nascido em 1961, na cidade serrana de Nova Friburgo, no Estado do Rio de Janeiro, haveria de, nos anos seguintes, tornar seus sonhos realidade. Frequentou o atelier do artista plástico e ceramista Mario Cesar Higgins Ferreira, que não apenas foi orientador na sua arte, como também conselheiro, amigo e, por que não dizer, pai espiritual. Cesar, como era conhecido o amigo artista, ensinou os rudimentos do desenho e pintura artísticos. Foram muitos vasos de cerâmica, objetos, e até um poleiro de papagaio, representados até a perfeição, através do desenho. Largas lições de perspectiva, luz e sombra. Esporadicamente, também orientou quanto à pintura ao menino, que, incansavelmente, pintava, pintava, desenhava, pintava, até a exaustão.

S. QUIMAS - Rio Cônego - Óleo sobre tela

Os passos dados por toda a adolescência foram duros, pois sua família preferiria que o então rapaz seguisse uma carreira mais formal, talvez engenharia ou medicina. Contudo, a alma do artista já tinha selado o seu destino e vocação: a arte. Desde os quatro anos, idade em que aprendeu a ler, consumia, com prazer delirante, os livros de arte da biblioteca de seu pai.
Além das artes plásticas, S. Quimas (Nome artístico de Oswandil Siveira Quimas) sempre teve pendor para a literatura e poesia, as quais, assim como a pintura, foram suas companheiras sempre presentes.


S. QUIMAS - Abandono - Óleo sobre tela


Ainda adolescente, devido o seu dom para a criação gráfica, passou a criar peças para gráficas, agências de publicidade e empresas, como ilustrações, desenvolvimento de peças publicitárias e toda a diversidade de trabalhos ligados ao design gráfico.
Aos dezenove anos, após cumprir o serviço militar no I Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, retornou à Nova Friburgo, onde passou a exercer profissionalmente suas atividades ligadas à arte plástica e design. Na década de oitenta, lecionou desenho e pintura e fundou uma escola de arte (Atelier de Artes Nova Escola), que contava além de S. Quimas, outros artistas e músicos, que ministravam aulas em suas especialidades.


S. QUIMAS - Riacho das Flores - Óleo sobre tela - 30 x 40

No final dos anos oitenta, mudou-se para a Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro, onde lecionou desenho e pintura na AMBEP - Associação dos Mantenedores Beneficiários da Petros, ligada à Petrobrás e em outros estabelecimentos na cidade. Permaneceu diversos anos no Rio, com dedicação intensa a sua pintura e participou de exposições e competições de arte e, paralelamente, trabalhou na criação de design para empresas de porte, como Sony do Brasil, SulAmerica Seguros, Encyclopaedia Brittanica, Cartepillar, entre outras, consolidando assim a sua carreira como artista plástico e designer.


S. QUIMAS - Arrebentação - Óleo sobre tela

Em 1999 retornou do Rio para Friburgo, concentrando-se mais no seu trabalho como designer, e, apenas esporadicamente, participou de exposições de arte.
Nessa época cria, junto com seu sócio, Carlos Doady, uma produtora de vídeo e TV, e produz programas para a televisão a cabo. Foi durante os anos de 2003 a 2007, responsável pela restauração, reedição e autoração do DVD do filme “Geração Bendita”, produzido no início dos anos 70 por Carl Kohler, com a direção de Carlos Bini e direção de fotografia de Meldy Melinger.
Em 2007 e 2008, S. Quimas publicou no formato PDF, com acesso gratuito, os livros “Contos e Encantos” e “Palavras de Paz e Liberdade”. O primeiro, um livro de contos abordando diversos temas, e o segundo, um conjunto de ensaios de conteúdo anarcopacifista.
Entre outras realizações, o artista plástico também criou e dirigiu dois movimentos: o Movimento Mundial Nossas Crianças Especiais, com o objetivo de apoiar famílias de crianças portadoras de doenças raras e o Movimento Armas da Paz, voltado à divulgação e conscientização da doutrina da paz no mundo.


S. QUIMAS - Comidinha da vovó - Óleo sobre tela

No decorrer de sua carreira e até o presente, o artista sempre atuou paralelamente às questões sociais e faz de sua arte um meio de expressar seu amor pela Natureza e pela humanidade. O realismo naturalista explícito em suas telas, busca aflorar à sensibilidade do expectador, a beleza e grandiosidade da Criação.

Como ele define: “Minha arte é minha religião. Minha oração de agradecimento por minha sensibilidade e dom. Gratidão pelo sentimento e pela emoção que me eleva, que me faz apreciar tudo o que existe de belo no Universo”.


PARA SABER MAIS:

ENTRE PARENTES

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ANDREAS ACHENBACH - Paisagem em Hessen
Óleo sobre tela - 52 x 78 - 1868

OSWALD ACHENBACH
Jovem mulher descansando em um caminho iluminado pelo sol
Óleo sobre tela - 79,5 x 112

Não é muito raro encontrarmos familiares produzindo trabalhos de arte. Pais e filhos, irmãos e também casais já trabalharam juntos e se deixaram influenciar pelos seus mais próximos. Isso acontecia com mais frequência na Renascença até o Rococó, onde os ateliês eram verdadeiras oficinas, que atendiam grandes encomendas e demandavam uma mão de obra maior e com qualidade parecida. Famílias inteiras se davam ao trabalho de atender tais volumosas encomendas. Com o passar dos anos, porém, a arte foi ganhando um apelo mais individualista e se tornando algo mais próximo do que conhecemos hoje, o lugar onde cada artista expressa suas particularidades.

ANDREAS ACHENBACH - Rochedos com naufrágio
Óleo sobre tela - 48,5 x 63 - 1835

OSWALD ACHENBACH - Rua de Nápoles ao fim do dia
Óleo sobre tela - 53 x 72

A família Achenbach deu ao mundo dois grandes artistas, que produziram significativas obras em sua época e mudaram alguns conceitos estilísticos para o momento no qual viviam. Andreas Achenbach e Oswald Achenbach eram alemães, o primeiro nascido na cidade de Kassel, em 29 de setembro de 1815, e o segundo nascido na cidade de Düsseldorf, em 2 de fevereiro de 1827.

ANDREAS ACHENBACH - Ebbe
Óleo sobre tela - 1837

OSWALD ACHENBACH - Vista do Golfo de Nápoles
Óleo sobre tela - 77,5 x 100

Curiosamente Andreas, o irmão mais velho, começa os aprendizados de desenho e pintura exatamente no ano de nascimento de Oswald, quando ainda estava com 12 anos de idade. Friedrich Wilhelm Schadow foi seu primeiro tutor na Academia de Düsseldorf de Pintura. Andreas não se limitou ao ensino alemão, visitando por várias vezes a cidade de São Petersburgo, na Rússia, e algumas regiões da Itália, Holanda e Escandinávia. Essas visitas viriam a influenciá-lo pelos rumos de seus trabalhos futuros.

ANDREAS ACHENBACH - Clarão, Costa da Sicília
Óleo sobre tela - 82,5 x 116 - 1847

OSWALD ACHENBACH - No parque da Vila Borghese
Óleo sobre tela - 122 x 152 - 1886

Inicialmente, os trabalhos de Andreas tendiam para um pseudo-idealismo da escola romântica alemã, tendência que teve forte influência, por um bom tempo, sobre diversos artistas do país. Foi na sua passagem por Munique, em 1835, quando sofreu uma forte influência dos trabalhos de Louis Gurlitt, que a obra de Andreas tomou novos e decisivos rumos, tornando-se ele, o fundador da escola alemã realista. Andreas era um artista temperamental e embora muitas de suas composições pareçam sem um objetivo específico, tinha uma técnica espetacular, e os rumos que deu em seu próprio trabalho, tornaram-no historicamente como um reformador.

ANDREAS ACHENBACH - Paisagem de inverno com caçadores no gelo
Óleo sobre cartão - 26,8 x 39

OSWALD ACHENBACH  - Vista de Sorrento
Óleo sobre tela - 101 x 151

Já era um período em que Oswald, irmão mais novo, recebia as orientações e fortes influências de Andreas. Enquanto em Andreas percebemos a necessidade de firmação de uma nova linguagem, em Oswald já é notória uma preocupação mais evidente com os problemas sociais. Mais “lunático”, por assim dizer, Oswald era um artista mais idealista, que acreditava em causas ainda distantes para a realidade de sua época.

ANDREAS ACHENBACH - Caçador numa paisagem
Óleo sobre tela - 39 x 57 - 1854

OSWALD ACHENBACH
A entrada de um convento no Golfo de Sorrento
Óleo sobre tela - 132 x 110,5 - 1883

Em 1855, Andreas recebeu uma medalha de primeira classe para Paris e por lá foi nomeado Cavaleiro da Legião Francesa de Honra, um título muito desejado por todo artista da época. Mais tarde, o Chambers Biographical Dictionary classificaria Andreas como o pai da pintura de paisagens do século XIX, na Alemanha. Nesse mesmo período, Oswald também buscava novas terras para suas composições. A riqueza de suas cores e suas fortes composições levaram-no para a Itália, onde fez várias imagens da Baía de Nápoles e dos arredores de Roma. Também passou uma temporada na Suíça e na Baviera. Os dois irmãos foram professores na Escola de Düsseldorf.

                                   
Esquerda: Andreas Achenbach numa litografia de Adolf Dauthage.
Direita: Oswald Achenbanch num retrato feito por Ludwig des Coudres.

Oswald falece em 1 de fevereiro de 1905, vítima de uma inflamação nos pulmões. Seu irmão mais velho ainda viveria mais 5 anos, vindo a falecer em Düsseldorf a 1 de abril de 1910. Ambos traduziriam toda a necessidade de uma época que exigia mudanças. Mudanças no estilo, na temática e na maneira como produzir e divulgar arte, formando um grande número de discípulos e influenciando uma nova geração de pintores alemães. Seus trabalhos podem ser encontrados em todos os melhores museus e galerias da Alemanha. Muitas de suas obras acabaram se tornando, também, produtos cobiçados de vários colecionadores e galeristas dos Estados Unidos.

ABE TOSHIYUKI

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ABE TOSHIYUKI - Fluxo de rio - Aquarela - 30 x 44

ABE TOSHIYUKI - Luz da manhã - Aquarela

Poucos artistas conseguem dominar a insustentável leveza de uma técnica com tanta habilidade quanto Abe Toshiyuki, quando pinta aquarelas. Todo o respeito e admiração que o povo japonês tem pela natureza estão completamente representados nos trabalhos desse artista, nascido na cidade de Sakata City, em 1959. Admiração evidente para os pontos mais delicados da natureza que o cerca.


ABE TOSHIYUKI - Manhã de maio - Aquarela

ABE TOSHIYUKI - Luz da nova primavera - Aquarela

Toshiyuki estudou arte-educação numa universidade nacional, e por cerca de 20 anos trabalhou como professor de arte. Muita dedicação ao ensino lhe privava daquilo que era seu maior sonho: ter um tempo integral para a produção de suas obras. Somente em 2008, passou a focar seu trabalho na pintura de aquarelas e a viver exclusivamente disso. Já está colhendo os frutos merecidos, tendo o reconhecimento vindo em diversas exposições realizadas pelo país e com prêmios recebidos em várias delas.


ABE TOSHIYUKI - Arbustos ao sol - Aquarela - 32 x 45

ABE TOSHIYUKI - Luz incidindo sobre uma neve- Aquarela

ABE TOSHIYUKI - Reflexos - Aquarela

Segundo o próprio Toshiyuki, concentra naquilo que de mais sublime lhe rodeia, “a transitoriedade de um rio, a fragilidade das pétalas de uma cerejeira...” Conseguimos identificar em suas obras toda a filosofia de vida que o povo japonês persegue. Também para ele, “a arte é um espelho da alma de quem vê”. Ele comunga da ideia de que aquilo que vemos depende de nosso estado de espírito.


ABE TOSHIYUKI - Ao sol - Aquarela

ABE TOSHIYUKI - Luz de inverno - Aquarela

Uma das características básicas da obra de Toshiyuki é não pintar cenas de locais famosos, consagrados, que já se tornaram locais que os olhos acostumaram a ver. Ele prefere uma composição mais subjetiva, que traduza o estado interior de cada pessoa que observa os seus trabalhos, e que pode ser representada por qualquer curva de rio, de folhas caídas no outono ou até mesmo da neve em momento de degelo.


ABE TOSHIYUKI - Na luz suave- Aquarela

ABE TOSHIYUKI - No campo - Aquarela

Uma das maiores catástrofes dos últimos tempos no Japão, acontecida em março de 2011, acabou propiciando um trabalho coletivo de cerca de 30 artistas do nordeste japonês (entre eles Toshiyuki), gerando uma exposição e a publicação de um livro com imagens posteriores dos locais onde tudo aconteceu. A reconstrução de tudo que foi perdido começa no gesto voluntário e aparentemente pequeno de cada pessoa. Diante da magnitude dos danos naturais que ocorreram, a pequenez humana ganha dimensão na solidariedade de um povo que aprendeu, desde sempre, a se superar.

A arte de Toshiyuki sempre será um alento para qualquer momento!



PARA SABER MAIS:

GUILDA DE SÃO FRANCISCO

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Artistas da Guilda de São Francisco, em execução.


Ver o futuro repetindo o passado não é nenhum defeito, quando essa repetição resgata o que há de mais valioso nos tempos antecessores. Para a arte, em especial, repetir o que se produziu há séculos, no intuito de estudar as técnicas aplicadas por artistas precursores de movimentos e estilos, é algo muito compensador. Caso do trabalho desenvolvido recentemente por um grupo de profissionais que lidam principalmente com conservação e restauração de pintura: Célio Belém, Cláudio Valério Teixeira e Milton Eulálio. Em 2005, eles constituíram o que ficou denominado como a Guilda de São Francisco.

Guilda de São Francisco: Célio Belém, Cláudio Valério Teixeira e Milton Eulálio.

Reunidos em Niterói/RJ, o grupo ressuscitou uma das práticas muito em moda na Holanda do século XVII. As guildas funcionavam como uma espécie de cooperativas de vários segmentos de artesãos, e por um bom tempo produziram grandes obras e uniram grandes artistas, que ora trabalhavam em coletivo em um mesmo projeto ou desenvolviam trabalhos paralelos, mesmo pertencendo ao grupo. Uma das guildas mais famosas da história foi a Guilda de São Lucas, que recebeu tal designação em tributo ao patrono dos pintores. Em Niterói, a Guilda de São Francisco recebe esse nome pelo fato de estar localizada no bairro de mesmo nome. Homenagear a pintura do século XVII, com especial atenção aos trabalhos de Rubens, bem como trazer à tona um pouco dos estudos das técnicas desenvolvidas por artistas daquela época, tornou-se o motivo principal pela formação desse grupo. Mas não é uma homenagem puramente com resgate técnico, limitada somente à replicação de materiais utilizados outrora, há também uma proposta audaciosa de aproximar o universo daqueles tempos com o universo atual, criando diálogos originados ao longo desses séculos.

GUILDA DE SÃO FRANCISCO - Baco jovem
Óleo sobre tela - 150 x 200

GUILDA DE SÃO FRANCISCO - Baco e Ninfas
Óleo sobre tela - 145 x 195

GUILDA DE SÃO FRANCISCO - Ceres, Vênus e Baco
Óleo sobre tela - 150 x 200

GUILDA DE SÃO FRANCISCO - Céu da China
Óleo sobre tela - 120 x 160

GUILDA DE SÃO FRANCISCO
Natureza morta com Fukushima ao fundo
Óleo sobre tela - 120 x 160

GUILDA DE SÃO FRANCISCO - Pastores da Arcádia
Óleo sobre tela - 200 x 150

Tomando emprestadas as palavras de Jorge Coli, quando se referiu aos trabalhos dessa guilda, são artistas que se propuseram um “formidável prazer de trabalhar juntos, abolindo o princípio da autoria individual, colaborando com gosto e alegria numa camaradagem cúmplice”. De fato, todas as obras tem participação direta dos três artistas. E há um prazer nítido na execução dos trabalhos! Pegaram emprestada a maneira de fazer dos antigos, mas fizeram uma arte com a visão de hoje. Suas composições nos sugerem um trabalho com a técnica e aparência de pintura antiga, mas um olhar atento logo condena que estamos diante de uma obra que narra a realidade de nosso tempo. Elementos colocados discretamente e descaradamente para que possamos fazer esses paralelos. Todos os três integrantes da Guilda de São Francisco são artistas já consagrados em suas funções, com reconhecido desempenho em instituições que lidam diretamente com conservação e restauro de obras de arte.

Exposição inaugural dos trabalhos da Guilda de São Francisco

Uma primeira mostra dos trabalhos desse grupo ocorreu entre novembro de 2011 e fevereiro de 2012, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Mais detalhes sobre o grupo, sobre a execução de cada obra e sobre cada artista, veja na página indicada logo a seguir: 

REALISMO HOJE

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Uma das procuras constantes do artista atual, e que sempre foi uma preocupação de todos os artistas ao longo do tempo, é mostrar um pouco de sua época. Ele faz isso usando dos mais diversos artifícios, estilos, técnicas e acaba criando uma linguagem que seja a fala de seu tempo e daquilo que ele vive. Alguns se inspiram no passado para se expressar tecnicamente, outros se propõe em novidades que muitas vezes nos revelam um novo olhar, audacioso, às vezes inquietante, mas sempre provocador.
A Nova Acrópole, através do Instituto Seraphis, em Brasília, trás uma mostra de nove artistas realistas brasileiros que mostram a tendência da arte figurativa atual: referências ao passado, técnicas arrojadas e a procura de uma identidade atual. Importante ressaltar que essa exposição acontece graças a um esforço constante e dedicação da artista Juliana Limeira, que convidou a todo o grupo e organizou o evento.

VERNISSAGE - 10 de novembro de 2012 - às 20h 30
VISITAÇÃO - 11 de novembro a 8 de dezembro de 2012
Segunda à sexta, das 8 às 18 h e
sábado de 10 às 12h 30
INSTITUTO SERAPHIS - NOVA ACRÓPOLE
CA 9 - Lote 18 - Lago Norte - Brasília/DF


Estarão presentes os seguintes artistas:

ALEXANDRE REIDER
ALEXANDRE REIDER - Corredeira - Óleo sobre tela - 70 x 90

CHARLES OAK
CHARLES OAK - Black-White - Óleo sobre tela - 30 x 60 - 2012

DOUGLAS OKADA
DOUGLAS OKADA - Pescadores - Óleo sobre tela - 70 x 100

GONZALO CÁRCAMO
GONZALO CÁRCAMO - Meninos pescadores - Aquarela


JOSÉ ROSÁRIO
JOSÉ ROSÁRIO - Domingo no Parque Municipal, Belo Horizonte
Óleo sobre tela - 75 x 100 - 2012

JULIANA LIMEIRA
JULIANA LIMEIRA - Em busca - Óleo sobre tela

MARCUS CLÁUDIO
MARCUS CLÁUDIO - Peras- Óleo sobre painel

RONALDO BONER
RONALDO BONER - Arranjo de rosas- Óleo sobre tela - 60 x 80

VINÍCIUS SILVA
VINÍCIUS SILVA - Córrego na Mantiqueira - Óleo sobre tela - 50 x 70


PINTURA AO VIVO EM BRASÍLIA

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Da esquerda para a direita: Vinícius Silva, Douglas Okada, Juliana Limeira, Gonzalo Cárcamo, Ronaldo Boner e José Rosário. Uma manhã de pintura ao vivo no Parque Olhos d'Água, em Brasília.

Uma das atividades programadas com os vários artistas que estiveram presentes na abertura da Exposição “Realismo Hoje”, em Brasília, foi a saída para pintura ao vivo em um dos parques da cidade. Pela proximidade com o local onde estávamos, foi escolhido o Parque Olhos d’Água, um parque público, ecológico e de lazer, que fica localizado na Asa Norte, um bairro do Plano Piloto de Brasília.


É uma reserva bem interessante, com cerca de 21 hectares de área, que foi inaugurada em 1994. Abriga uma típica vegetação de árvores do cerrado, sobre as quais pode se ver a identificação de algumas, em pequenas placas colocadas próximas aos troncos. O Lago do Sapo, o local que escolhemos para nosso exercício, é formado pela desembocadura do Rio Talvegue. Ali há diversas espécies de aves e insetos. Pelo hábito impróprio de alimentar os animais com vários tipos de alimentos, os habitantes da região acabam incentivando a proliferação de diversas espécies de roedores, entre elas, grandes ratazanas.

               
Gonzalo Cárcamo

 
Vinícius Silva

 
José Rosário

Ronaldo Boner

Apesar de o sol não ter dado o ar da graça, foi uma bela manhã de exercício realizada no sábado, dia 10 de novembro de 2012. Ficamos lá por aproximadamente duas horas e meia. O tempo nublado é até propício para a prática do exercício ao vivo. Não há as mudanças bruscas, típicas das passagens de nuvens em dia de sol, as sombras não alteram sua posição com muita velocidade, além de ser mais confortável para quem pinta. Também proporciona a captação de sombras mais frias e sutis, imperceptíveis em dias de luz intensa.


Juliana Limeira, Rayane e Douglas Okada.

Subvertendo a tradicional prática da pintura de modelos em ateliês, Juliana Limeira e Douglas Okada realizaram um exercício com modelo vivo no parque. Percebe-se que alteram os volumes, as luzes e as cores ganham um aspecto bem mais natural. Rayane, a modelo, até que resistiu bem aos passeios de formigas e outros insetos. O resultado foi muito compensador.
A manhã encerrou com um almoço na excelente companhia da Darcy Gasparetto.


Douglas Okada, Ronaldo Boner, Cárcamo, Juliana Limeira, José Rosário, Darcy Gasparetto e Vinícius Silva. Não poderíamos ter encerrado aquela manhã de uma forma melhor.

Agradecimentos ao Itamar Dias por ceder algumas imagens para ilustração da matéria.

COLETIVA EM PIRACICABA

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LUIZ PINTO - Paisagem - Óleo sobre tela

Bela iniciativa da Prefeitura Municipal de Piracicaba em proporcionar, através da Secretaria Municipal de Ação Cultural e da Pinacoteca Municipal Miguel Dutra, uma exposição em memória de Luiz Pinto, um mestre incontestável da arte paisagística brasileira.
A mostra consta com trabalhos do próprio Luiz Pinto, evidentemente, além de outras obras de autoria de Clóvis Péscio, José Marcondes, Luís Garcia Jorge e Ronaldo Lopes Lima.
Vale ressaltar que os artistas que compõe essa exposição formaram o corpo de júri do Salão de Artes de Piracicaba desse ano. A presença de Luiz nesse evento, mesmo doente, realça o esforço desse grande artista em estar sempre em sintonia com os movimentos de seu tempo.
Veja a programação completa, bem como horários de visita e local, no convite que segue abaixo.


Mesmo já tendo sido iniciada no dia 5 deste mês, a mostra ainda pode ser apreciada até o dia 2 de dezembro.


CLÓVIS PÉSCIO - Paisagem - Óleo sobre tela

JOSÉ MARCONDES - Paisagem - Óleo sobre tela

LUÍS GARCIA JORGE - Escultura

LUIZ PINTO - Marinha - Óleo sobre tela

RONALDO LOPES - Marinha - Óleo sobre tela

INAUGURANDO

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Bela iniciativa do meu amigo Carlos Alberto Barbosa em abrir uma galeria de arte no balneário de Piçarras, em Santa Catarina. Já era um sonho seu de longa data e tenho acompanhado como vem construindo isso com muito carinho.
A abertura oficial ocorre amanhã, dia 16, às 20 horas. Quem passar por lá ou se interessar por mais informações, vale a pena conferir.
Sucessos para a Fina Arte Galeria nessa nova empreitada!



REALISMO HOJE: UMA PROPOSTA

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Da esquerda para a direita: Douglas Okada, José Rosário, Gonzalo Cárcamo, Luiz Fernando (Instituto Seraphis), Luís Carlos Marques Fonseca (Nova Acrópole), Juliana Limeira, Ronaldo Boner e Vinícius Silva.

Todas as vezes que há um confronto entre Arte Contemporânea e Arte Clássica, cria-se um embate e ao mesmo tempo uma possibilidade ao entendimento, ainda que esse último pareça distante e que muitos setores da própria arte insistam para que ele nunca aconteça. A inauguração da Exposição “Realismo Hoje” traz à tona uma temática necessária, muitas vezes evitada e grande parte das vezes abafada: a beleza na Arte é possível? Pela minha vivência com o tema, diria que não somente é possível, como se torna urgente. Os nove artistas que participam da mostra não tem a pretensão de se declararem representantes únicos de uma nova corrente que luta pela busca de uma nova arte, aquela que reinstaure a procura da beleza como ideal de expressão. São, como muitos artistas, espalhados pelo Brasil e pelo mundo, sobreviventes contra um meio hostil, que cada vez mais oprime e direciona a grande massa.

GONZALO CÁRCARMO - Meninos puxando a rede de pesca, detalhe

JULIANA LIMEIRA -  Em busca, detalhe

ALEXANDRE REIDER - Florada das paineiras, detalhe

Sei que estarei comprando uma briga com todas as correntes que insistem em fazer crer que a Arte se tornou um jardim de liberdade irrestrita, que tudo nela se pode e que temos que assistir ao desfile de tantas sandices, que muitas vezes nos afastam com força do maior e mais nobre ideal procurado na arte: o da beleza e do diálogo constante com ela, e com os bens que esse diálogo proporciona às nossas vidas. Como nas ágoras da Antiga Grécia, onde os problemas se exauriam e se resolviam pelo maior conhecimento de si mesmos, a internet me parece a ágora mais democrática do momento. Aqui, estamos pelo menos mais isentos (se quisermos) da simplificação violenta da Arte. Em nenhum outro lugar, como aqui, a monopolização da Arte por uma pequena minoria parece sofrer tanta ameaça. Concordo com a máxima de Arnold Hauser, quando afirma que “o problema não consiste em confinar a Arte ao horizonte das grandes massas, mas ampliar o horizonte das massas tanto quanto possível”. Como artista, principalmente defensor de um estilo realista, que ainda comunga dos ideais clássicos, vejo o quanto a democracia entrou em desuso. As grandes galerias atuais, bem como bienais e espaços públicos, não estão dispostos a expor uma Arte que resgate antigos valores e que proporcione ao público o direito sagrado do livre arbítrio e da escolha, estão mais preocupados em “vender” o produto da moda, ainda que ao público consumidor seja servida apenas uma viseira, que cega e direciona para os trilhos daqueles que tem poder. Não estamos lutando para que um estilo prevaleça sobre outro, é exatamente essa guerra de "ismos" que devemos evitar, se quisermos evoluir como artistas que caminham pela construção de um mundo melhor. Mas, sou consciente que esse diálogo se faz necessário. Todos nós crescemos quando abrimos ao diálogo. E, mesmo que não cheguemos a alguma conclusão nesse momento, caminhamos em direção a ela. Se andamos dois passamos e recuamos um, pelo menos saímos do lugar.

RONALDO BONER - Arranjo com girassóis, detalhe

JOSÉ ROSÁRIO - Congados em dia de festa, detalhe

DOUGLAS OKADA - Raquel, detalhe

O fim do Impressionismo marcou o final de um período de cerca de 400 anos em que a Arte tinha como meta produzir algo belo, que encantasse sem precisar de um discurso paralelo. Cada obra desse período não precisava de uma cartilha de tiracolo, que a interpretasse para todos que se colocassem diante dela. Dentro desse mesmo período, que se iniciou lá no Renascimento, movimentos renovaram a linguagem artística, adaptaram-se ao seu tempo, mas nunca perderam como meta a procura do encantamento, esse mesmo encantamento que nos faz sentir a vida mais leve e confirmar que o “supérfluo” do produto artístico é o essencial para a melhora de nossos dias. Tudo que se produziu de novo, depois do Impressionismo, foi uma recusa constante ao encantamento, da perda da natureza como fonte inspiradora e quase sempre uma violação a ela. À partir de então, o culto àquilo que agride, que deprime, que causa melancolia, passa a ser a regra. Todas as manifestações artísticas sofreram graves consequências, os valores pictóricos são destruídos, não importa mais o cuidado na elaboração da imagem. A poesia perde a sistematização da estrutura e se expressa em frases soltas, desconexas, muitas vezes ditas nas entrelinhas e numa subjetividade que nada afirma. Também a música perde a melodia e a tonalidade, nos afastando cada vez mais dos caminhos que nos conduzem à paz de nossas almas. A Arquitetura se tornou quase estéril, preocupando demasiadamente em nos colocar num ambiente que apenas nos contém, mas que não nos abriga com tudo aquilo que somos. O século XX foi o palco onde aconteceu tudo isso. No afã de ridicularizar tudo que foi produzido pelos nossos antepassados, a Arte dita moderna começou a agredir diretamente alguns mestres do passado. Exemplo clássico é o da Mona Lisa executada por Marcel Duchamp, onde ela aparece com uma barbicha e bigode. Fazer piada com algo que sempre foi uma referência e símbolo, parece fortalecer adversários que não tem nada mais a oferecer além disso: ironia. Mas, tudo isso é muito engraçado apenas por um breve intervalo de tempo. Continuaremos apenas rindo de nossas desgraças, sem buscar uma saída para elas? Muito do que se produz na Arte Contemporânea foge do sentido de revitalização proposto pelo verdadeiro espírito da Arte. A Arte que não tenha um compromisso com a melhoria da nossa condição humana estará confinada a uma simples replicação do caos, e seus artistas são nada mais que desnecessários profetas do agouro. É muito fácil montar uma instalação com centenas de vestes ensanguentadas, nos dizendo que somos cúmplices das “chacinas” que matam o mundo, o difícil é mostrar algo que seja a solução para isso. Repetir a tragédia da nossa realidade humana não é tão complicado quanto apontar o caminho para sairmos dela. Queria que os artistas de hoje se preocupassem menos em chocar e muito mais em extasiar. Se um escultor de hoje produz uma bela imagem, com proporções bem elaboradas e bem acabada, não tem muito valor. Mas, se pegar a mesma escultura, serrar ao meio e pendurar de cabeça pra baixo, é um gênio. Que valores estamos conquistando com isso? Até que ponto destruir o nosso gênio inventivo será mais importante que edificá-lo? Precisamos de uma Arte para amaciar o coração da humanidade, porque de pedra já nos tornamos eficientes.

CHARLES OAK - Tribo Himba, detalhe

VINÍCIUS SILVA - Inverno na corredeira da Trindade, detalhe

MARCUS CLÁUDIO - Costureira, detalhe

Quando recebi o convite da Juliana Limeira, para estar compondo, juntamente com outros artistas, uma exposição que fosse um pouco do resgate da Arte que nos faz reencontrar valores perdidos, logo vi que não estava só. Ainda é possível acreditar em resgatar um pouco da nossa dignidade humana e contagiar outras pessoas com isso. A Nova Acrópole me fez confirmar ainda mais que estou no caminho certo. Somente com o aprofundamento do conhecimento daquilo que somos, baseados na herança cultural que nos deixaram os ricos ensinamentos orientais e ocidentais, podemos caminhar na direção de um mundo onde Justiça, Beleza e Bondade sejam imperativos e não uma utopia. Um lema da organização e que muito me marcou é que “se você acredita que esse mundo ideal é possível, não espere que ele apareça para você, faça parte dessa construção, seja arquiteto de seu próprio tempo”.

Não poderia terminar esse texto, sem citar Jorge Angel Livraga: “Limpemos o mundo começando por nós mesmos. A limpeza, a verdadeira higiene espiritual, é a melhor forma de Arte. E o ato de fazê-lo é o melhor artesanato. Deus abençoe o trabalho, Deus abençoe o esforço. Deus abençoe os humildes que talham a madeira e modelam o barro. Deus abençoe aqueles outros, os escolhidos dos deuses, que podem plasmar em letras, em música, em cores, aquelas cores tão bonitas que escapam ao resto dos homens. Artistas e artesãos vão unidos para um mundo melhor. Eles devem marcar, no meio da noite, a luz do horizonte que indica que começou amanhecer”.


















UM ÚLTIMO ESTUDO EM BRASÍLIA

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Um estudo com modelo ao vivo, no ateliê da Juliana Limeira, foi a nossa última atividade na passagem por Brasília. Aliás, foi um final de semana intenso, daqueles que só quem convive com a Juliana sabe experimentar. Ela programou uma série de atividades para a nossa passagem por lá, que incluiu desde exercícios em plein air e no estúdio, bem como um rápido passeio turístico pelo centro da cidade.




Júlia foi a nossa modelo. Um bela jovem que está sempre presente nas aulas e composições da Juliana.
Douglas Okada, Ronaldo Boner e Juliana fizeram um estudo em óleo. Vinícius e eu executamos exercícios em lápis e carvão. Gonzalo Cárcamo não esteve presente nessa atividade, pois seu vôo se deu antes dela.
Concluímos os trabalhos na manhã de domingo, dia 11 de novembro, pois todas as outras partidas já estavam marcadas em horários diferentes da tarde.

RONALDO BONER - Júlia - Óleo sobre tela

JULIANA LIMEIRA - Júlia
Óleo sobre tela

DOUGLAS OKADA - Júlia
Óleo sobre tela

VINÍCIUS SILVA - Júlia
Carvão sobre canson

JOSÉ ROSÁRIO - Júlia 
Lápis sobre canson

Gostaria de agradecer, mais uma vez, a hospitalidade que recebemos por parte da Juliana. Foram dias de muito aprendizado para todos nós e de convívio com pessoas que sempre nos acrescentam algo.

LANÇAMENTO IMPERDÍVEL

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O primeiro livro do meu amigo fotógrafo Roneijober Andrade já fazia anunciar que logo em breve teríamos novidades.
Está sindo mais um excelente trabalho sobre um dos locais mais bonitos de Ipoema, em Minas Gerais, o Morro do Redondo.
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